O Canindé vai fechar suas portas neste sábado, dia 18. O estádio da Portuguesa receberá sua última partida contra o Novorizontino, pela segunda rodada do Paulistão, antes de parar para uma grande reforma de três anos. O Canindé passará a ter capacidade para 30 mil pessoas.
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A obra estava prevista desde que o clube acertou sua SAF de R$ 1,2 bilhão. O Canindé tem 53 anos. Já foi minha casa como setorista. Setorista é aquele repórter que cobre determinado time. Ele vai todos os dias ao clube atrás de notícias.
Foi uma temporada de sucesso da Portuguesa. Era 1996, quando o time comandado pelo técnico Candinho foi vice-campeão brasileiro. Perdeu a final em duas partidas para o Grêmio, de um tal Felipão, que depois faria história no Palmeiras e na seleção brasileira. A Lusa tinha um timaço, com Zé Roberto e Rodrigo Fabri, Gallo, Clemer, Alex Alves e Capitão.
O Canindé fervia naquela época. O clube tinha vida. Aos vinte e poucos anos e recém-formado no jornalismo, era uma delícia acompanhar tudo aquilo de perto. Havia muita cordialidade, respeito e até amizade com os jogadores, dirigentes e comissão técnica. Candinho contava piadas e todos nos chamávamos pelo nome. Havia profissionalismo. As histórias eram apuradas e reveladas da mesma forma, boas e ruins. Minha missão era reportar.
Vice do Brasileirão em 1996
Lembro-me que dias antes daquela final de 1996, vi uma bandeira da Lusa no então maior presídio da América Latina, a casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo. Estava com o companheiro do Diário Popular, Wladimir Miranda.
Antes de chegar ao treinamento do time, paramos no Carandiru para conferir aquilo e batalhamos na administração do presídio para saber, e entrevistar, quem era o preso que havia colocado uma bandeira na Portuguesa na grade de sua cela, lá no alto.
O diretor do presídio comprou a ideia e nos deixou fazer a entrevista. O preso era um torcedor que amava o clube. Contamos a sua história, fizemos foto da bandeira na grade e publicamos uma reportagem diferente, com respeito ao cidadão preso e à bandeira da Lusa.
Série D do Brasileiro
Essa Lusa desapareceu com o tempo. O clube também. Idem para as pessoas e o time. Nunca perdi o carinho pela Portuguesa, renovado pelo amor de companheiros como Eduardo Affonso, Jorge Nicola e Flavinho e Julio Gomes.
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A Portuguesa está em reconstrução há anos e agora terá um impulso com a SAF. No Brasil, por ora, as SAFs chegam para socorrer clubes com problemas financeiros.
O Canindé ficará mais moderno após as obras. O time já está sendo reconstruído. A equipe estreou no Paulistão 2025 com derrota para o Palmeiras no Allianz Parque. A Lusa tem projeção de voltar em breve ao Brasileirão. Há um plano para isso. Nesta temporada, o clube disputará a Série D, a quarta divisão.