O mercado de transferências do futebol está fechado, mas o The Football seguiu atento às movimentações no mercado do jornalismo e anuncia a contratação de um experiente reforço para o seu time de produtores de conteúdo.
A partir de fevereiro, o jornalista Nelson Nunes, dono de uma carreira reconhecidamente sólida no jornalismo esportivo brasileiro, passa a colaborar com o site como colunista, com liberdade para analisar, criticar, opinar e tentar explicar os principais fatos do futebol, sob a ótica de quem está nesse jogo há mais de quatro décadas.
Interpretar o futebol
Entender a notícia está no DNA do The Football e nada melhor do que ter gente de pensamentos e experiências diferentes, no mais das vezes contraditórias, para ampliar nossa proposta de interpretar o mundo da bola sem impor uma única verdade. Nossa missão é ajudar os torcedores a entender os fatos, informar, contar histórias inéditas e apurar os bastidores do futebol.
Décadas de experiência
Nelson Nunes começou a carreira na A Gazeta Esportiva, em 1979, ainda na versão impressa do icônico jornal de esportes de São Paulo. Foi lá que ele ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo Esportivo de 1985, com uma entrevista exclusiva com Bellini, capitão da Copa de 1958 e, na época, assistente-técnico de Evaristo de Macedo na fracassada seleção brasileira que disputava as Eliminatórias da Copa do México-86.
A partir dali sua trajetória o levou a mais prêmios e diversos projetos profissionais, que lhe permitiram cobrir outras Copas do Mundo e campeonatos mundiais de várias modalidades. Da GE, Nelsinho foi para o Diário Popular, para cobrir a Copa de 1990, e ficou no jornal da Major Quedinho por 23 anos, passando por todos os cargos na editoria esportes, até chegar ao posto máximo de diretor de redação, já no momento de transição do título para Diário de S.Paulo.
Prêmio Esso de Jornalismo
Depois de 42 anos de trabalho diário em redações, assumiu há três anos a presidência da Associação dos Cronistas Esportivos de São Paulo (ACEESP), período em que se manteve fora do dia a dia do mercado editorial, mas com uma parceria com ESPM na formação de novos repórteres. Agora, ele está de volta, vivendo sua primeira experiência num veículo genuinamente digital.
Antes de publicar sua coluna de estreia, programada para esta semana, Nelson Nunes conversou com The Football.
O que o público que acompanha o The Football na internet e nas redes sociais pode esperar da sua participação no site?
O que me atraiu para esse projeto editorial é a possibilidade de aprender a trabalhar uma nova linguagem, mas mantendo o espírito do jornalismo que sempre pratiquei em mais de 40 anos de carreira. Por mais revoluções que a tecnologia tenha permitido aos meios de comunicação, ainda acredito no valor de um bom texto, numa boa argumentação de ideias e na preservação de alguns pilares do bom e velho jornalismo, digamos, tradicional.
Essa será sua primeira experiência profissional no segmento dos veículos nativos digitais. Como você reage diante desse desafio?
A democratização dos meios de comunicação abriu portas para muita gente, mas na mesma porteira que passa um boi passa uma boiada – e isso é sempre perigoso. Sem julgar ninguém, nesse cenário de produtores de conteúdo, influencers e jornalistas de oportunidade há muitos cases de sucesso, mas também há muita coisa ruim. Acredito na depuração natural do mercado da crônica esportiva, até que cheguemos a um ponto em que só sobrevivam aqueles que têm conteúdo de fato, valor no que produzem, mesmo que não sejam campeões de likes. Espero poder sobreviver também.
Após três anos como presidente da ACEESP, que avaliação você faz do jornalismo esportivo nos dias de hoje?
Vou encerrar meu mandato na ACEESP em 10 de fevereiro. Posso dizer que foi uma jornada que me exigiu muita dedicação e responsabilidade. A atividade profissional da gente mudou muito com os efeitos da pandemia, uma vez que os clubes instituíram, a bem de seu único interesse, um “distanciamento social” entre os jogadores e técnicos com os jornalistas.
Isso mudou muito o trabalho do repórter…
O modo de fazer jornalismo esportivo está muito impactado por isso, uma coisa que tem um ranço dos tempos de censura à liberdade de imprensa. Como entidade representante da classe, a ACEESP fez inúmeras tentativas de rever esse cenário, mas os clubes, federações e confederações são muito resistentes à ideia da volta de um convívio profissional sempre marcado pelo respeito e pela ética. É uma luta que a futura gestão da ACEESP e todos nós jornalistas temos de seguir. Mas é importante ressaltar que, mesmo num cenário de intimidação, muitas vozes não se calaram.
O que o leitor do The Football pode esperar de suas colunas? E qual será a frequência delas?
O principal ponto é a liberdade que terei para analisar os fatos do futebol, as escolhas dos treinadores, a gestão dos clubes, o que acontece dentro de campo, nossa arbitragem, os bastidores, a questão financeira das SAFs e também dos clubes tradicionais, as decisões das entidades, enfim, tudo o que possa ajudar o leitor a entender o que está acontecendo com o seu time. Espero conseguir escrever todos os dias.