Se tivesse de escolher um adversário para enfrentar depois de uma eliminação doída na Libertadores dias antes, esse rival seria o lanterna do Brasileirão, o Atlético-GO, ou o vice-lanterna, o Cuiabá. O calendário colocou o Palmeiras, fora da competição sul-americana após empate com o Botafogo, em sua casa, na quarta-feira, como mandante diante do time do Mato Grosso. E não deu outra: um atropelo, com quatro gols no primeiro tempo, dois deles de Estêvão, o dono do jogo, e mais um na etapa final.
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O jogo foi em Campinas, no Brinco de Ouro da Princesa, reduto do Guarani, porque o Allianz Parque está sendo ocupado neste sábado com outra atividade e o Estádio de Barueri, de Leila Pereira, fez a troca do gramado.
Mesmo a 70 km da capital, o Palmeiras encarou sua missão de seguir firme na temporada depois da eliminação na Libertadores e tentar ganhar a única competição que ainda tem para disputar, o Brasileirão. De camisa nova, assim como suas metas no ano, o Palmeiras não deu a menor chance ao Cuiabá. E foi fazendo seus gols um atrás do outro, com muita facilidade e contribuição razoável do goleiro Walter, com duas falhas.
O jogo foi de Estêvão. O garoto fez dois gols, deu passes e até “fez chover” na cidade. Tudo isso na mesma semana em que, aos 17 anos, provou de dois sentimentos antagônicos no futebol. O primeiro deles foi a eliminação de um torneio importante. Sentou o gosto amargo do fracasso. O segundo foi ser convocado pela primeira vez para a seleção brasileira, façanha que poucos na carreira conseguem. Ele conseguiu aos 17.
Em Campinas, a defesa do Cuiabá parecia um queijo suíço, cheio de buracos. O Palmeiras começou atacante mais pela esquerda, com Caio Paulista e Felipe Anderson, setor que Abel gostaria de ver mais bem entrosado, mas a bola logo foi para o lado direito. E aí o que se viu foi um desfile de Estêvão.
O Palmeiras fez um primeiro tempo intenso, mas maneirou no segundo. Continuou com a bola, mas num ritmo menos alucinante. O Cuiabá também se acertou na marcação. O baile foi conduzido com os gols de Murilo, Estêvão (dois), Maurício e Felipe Anderson.
O Cuiabá ficou tão bravo com sua apresentação que seus jogadores evitaram qualquer comenário após a derrota. O discurso comum dos jogadores do Palmeiras foi lamentar abertamente os fracassos das outras competições e o esforço de buscar o título do Brasileirão.
A tristeza de Mayke
O único senão da partida para o Palmeiras foi a nova lesão de Mayke, ainda no primeiro tempo. Ele machucou a panturrilha e teve de ser trocado. O lateral chorou no banco de reservas. Ele ficará fora de combate por algumas semanas. Ele foi acalmado pelos companheiros.