Há um jogador no Palmeiras que pode mudar o confronto com o Flamengo nesta quarta-feira,pela Copa do Brasil, mas que ainda não foi confirmado. Ele é Estêvão. Machucado no tornozelo esquerdo na partida contra o Vitória, sua escalação não é certa. Se ele jogar, o time de Abel Ferreira vai atuar muito mais pela direita e Tite terá de colocar marcação dobrada naquele setor porque não há como arriscar no mano a mano com o garoto.
Sem ele, o Palmeiras vai apostar no conjunto e no talento dos atletas em bloco, como vem sendo há várias temporadas. E também nas bolas paradas.
LEIA OUTRAS COLUNAS DE ROBSON MORELLI
Abel tem preferido as marcações homem a homem. É mais difícil do que por setor, mas é também mais preciso. Ocorre que esse tipo de marcação no meio de campo e na defesa não permite cochilos. Um erro ou uma piscada mais longa pode colocar tudo a perder. Precisa de ensaio e lucidez para sair para o jogo também.
Se fizer dessa forma, os marcadores evitam que os craques apareçam. O Flamengo está cheio de craques. Há muita qualidade do meio para frente. Bem mais do que no time de Abel. Só que essa marcação face to face cansa e desgasta quem corre atrás. E o calendário nacional tem desgastado muitos jogadores.
Mas se não fizer dessa forma e optar pela marcação por zona, o Palmeiras corre o risco de chamar o Fla para dentro de sua área. Isso é tão ou mais perigoso quanto a marcação individual.
Na frente, em busca do gol, Abel confia em Raphael Veiga e Dudu, e agora também em Felipe Anderson. Flaco é capaz de fazer um golaço e perder outros dois dentro da área. Nunca se sabe. Rony, que briga com ele pela posição, tem a mesma característica. A seu favor, tem disposição e pernas para marcar mais.
A bola parada deve ser a grande opção do Palmeiras contra o Flamengo no Maracanã. Tem sido assim já faz algum tempo. Faltas e escanteios, jogadas ensaiadas e levantamentos na área. Imagino um Zé Rafael e um Aníbal Moreno correndo atrás dos rivais o tempo todo, mais posicionados do meio para trás. Abel vai se preocupar mais com a marcação e com o passar do tempo na casa do rival.
Duvido que ele faça um jogo franco contra o Flamengo neste momento, em que o Palmeiras precisa de acertos e recuperar a confiança. O time de Tite deve ficar com a bola. Tem Pedro em fase matadora. Gabigol voltando a ajudar. Arrascaeta comandando e fazendo gols também. E há a possibilidade da volta de De la Cruz.
O técnico do time do Rio sabe da melhor qualidade de seus jogadores e da melhor fase também do que o seu rival, mas jamais vai cantar vitória antes do tempo. Tite não faz isso. Ele tem os pontas para dar amplitude ao jogo, a fim de abrir espaço para seus meias Arrascaeta e Gerson, por exemplo. Luiz Araújo e Cebolinha jogam abertos e na correria, um de cada lado. Pedro, se for bem marcado, dará dois passos para fora da área para ajeitar jogadas. Ele tem qualidade para isso.
O Flamengo é capaz de construir mais jogadas agudas, usar a velocidade e os espaços vazios. O Palmeiras tem conjunto, sabe disputar jogos desse tamanho e usa bem as bolas paradas. Se Estêvão jogar, ganha um espeto pela direita capaz de reescrever tudo isso durante os minutos.
Quanto vale Palmeiras e Flamengo?
Esse jogo está sendo aguardado desde a sua definição em sorteio na CBF. São os times mais badalados e regulares do Brasil. E os mais valorizados também. Segundo o site Transfermarkt, que traz o preço estimado de mercado dos jogadores do mundo todo, o elenco do Palmeiras é avaliado em 220 milhões de euros, o equivalente a R$ 1,3 bilhão. É mais caro do que o Flamengo, de acordo com o mesmo site. O time da Gávea ocupa a segunda colocação no ranking dos clubes brasileiros: 164,5 milhões de euros (R$ 1 bi).