O Palmeiras já tentou em duas ocasiões comprar o Allianz Parque. Ainda não desistiu. Nas duas vezes, o negócio não andou. Mas há interesse de o clube adquirir o estádio construído pela WTorre antes do fim da parceria, que nunca foi das melhores. A arena foi entregue em 2014 com acordo de uso de 30 anos, portanto até 2044. Neste ano, a parceria Palmeiras e WTorre chega a dez anos. Ela não foi feita, portanto, pela presidente Leila Pereira, mas a dirigente tem procurado caminhos para “dar de presente ao palmeirense” sua casa, que hoje não lhe pertence.
Leila teria consultado dois bancos para viabilizar uma oferta. Na frieza dos valores e dos números dos balanços do clube, o Allianz Parque valeria R$ 425 milhões depois de uma década de vida. A WTorre já me disse que não tem interesse em passar para frente um estádio que tem movimentação anual, que caiu nas graças das pessoas para jogos, eventos e shows musicais, de fácil acesso em qualquer dia da semana e que tem um calendário de programação pensado e realizado com meses e até anos de antecedência. Para a construtora, o negócio é muito bom. O Allianz Parque funciona a contento.
Dentro do clube, nas imediações das quadras de tênis, dá para ver como seus colaboradores trabalham diariamente em salas espaçosas e bem formatadas na arena, com uma pegada de empresas de tecnologia, com quiosques de comidinhas, diversão e lugares para relaxar. Há restaurantes que funcionam durante a semana e eventos menores em suas imediações. O Palmeiras só assume o controle em dias de partidas.
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O problema é a briga que corre na Justiça. O Palmeiras diz que tem direito a receber R$ 160 milhões, referentes a deveres não repassados desde a inauguração da arena e juros nesses dez anos. A WTorre fala em R$ 136 milhões, mas não nega a falta de repasse. O caso está no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e terá encaminhamentos em breve. A empresa, se for obrigada por decisão judicial, terá de pagar o que deve. Não se sabe se em uma tacada só ou em parcelas. Isso porque a dívida remonta a 2014.
A WTorre também já alegou que tem dinheiro para quitar suas pendências com o Palmeiras, mas por algum motivo isso não acontece. Recentemente, ela negou que estivesse repassando sua dívida com um banco brasileiro, adquirida para erguer a obra onde era o Palestra Itália, para um novo investidor. Confirmou que as prestações do dinheiro pego no mercado na época estão sendo pagas. O fato é que o Palmeiras “deixa” a dívida crescer para, quem sabe, ter uma oferta aceita e tomar o Allianz Parque da construtora por vias legais, sem briga e se valendo de decisões judiciais.
Se os números do Palmeiras estiverem certos, o clube teria de crédito quase metade do valor estimado do estádio. Isso pode facilitar uma negociação forçada. As manobras de Leila caminham em duas direções, ambas legítimas: receber o que tem direito da WTorre e viabilizar a aquisição em definitivo, e antecipadamente, do estádio. Se isso acontecer, o clube teria de se virar para administrar a parte na arena que não diz respeito aos jogos do time de Abel Ferreira. Trata-se de uma gestão bastante complexa. O Palmeiras não tem experiência nessa área. Teria de repassar para terceiros.
O que mudaria se o Palmeiras assumisse o Allianz Parque? As partidas de futebol teriam prioridade em detrimento de qualquer outra atividade no estádio. Ocorre que o calendário da CBF e da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para o futebol ano a ano não é tão antecipado como são as definições de shows musicais no Brasil. Ou seja, o Allianz Parque é requisitado pelos eventos muito antes de saber se o time de Abel vai ou não jogar naquele determinado dia. Isso é um problema. Depois de feito o contrato, não há como cancelar ou empurrar para outra data uma apresentação, por exemplo, do Beatles Paul McCartney. Então, o futebol vai perder sempre para grandes eventos na arena. É preciso se conformar com isso nas arenas multiúso.
Leila Pereira reformou o clube nesses três primeiros anos de sua gestão, que acabam nesta temporada. Há outras obras em andamento que serão entregues até novembro, quando acontecem as novas eleições para mais um triênio. Leila vai se candidatar. Se ganhar, ele fará de tudo para “comprar” o Allianz Parque. Seria o maior legado de sua gestão. A parceria Palmeiras/WTorre tem no papel mais 20 anos de duração. Ela estaria antecipando em duas décadas o fim da dependência do clube.
[…] de alguma forma para ajudar. Quem tem mais, ajuda mais. Foi o que fez a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, ao disponibilizar seu avião para levar os produtos arrecadados para Porto Alegre e região. Isso […]
[…] Os jogadores do Palmeiras não gostam de atuar em Barueri, campo administrado pela presidente Leila …. Teve 12 mil pagantes. Isso não explica a derrota, mas tem interferência nela. Se Bento justificou sua convocação, Fernadinho tomou conta do meio de campo com sua experiência e jogo limpo, bons passes e marcação firme. Fernandinho parece sempre bem posicionado. […]
[…] fato é que qualquer decisão poderá ser usada na campanha. Reforçar as contas do Palmeiras em R$ 360 milhões e saber como o clube usará esse dinheiro é um…. Isso precisa ser discutido. Qual seria esse grande feito do […]
[…] O fato de Leila comandar o Palmeiras atrapalha qualquer iniciativa dessa natureza. A Crefisa poderia patrocinar outra equipe do futebol se elas aceitassem essa não exclusividade, embora não seja tão comum em se tratando de parceiro máster. Mas imagino que nem a CBF concordaria que um presidente de clube assumisse outro ao mesmo tempo da mesma divisão. Seria um barulho desnecessário e negativo no atual momento do futebol nacional e do comportamento das torcidas. No caso do Vasco, há ainda toda essa confusão jurídica e de investigação da 777 Partners nos Estados Unidos. Portanto, qualquer empresário sabe que não é hora de se juntar ao Vasco até que tudo seja muito bem esclarecido. […]
[…] Essas pendências, na casa dos milhões de reais, são importantes para o Palmeiras e fazem parte do negócio. São deveres contratuais. As partes sabem disso. Leila resolveu colocar a mão no vespeiro, diferentemente de seus antecessores, que levaram a situação em fogo baixo, assim como a discussão das 3 mil cadeiras entregues à construtora para ela fazer a venda no programa do Passaporte do Torcedor. Tudo isso está enroscado na Justiça. O que está sendo arbitrado, seguirá dessa forma, com decisões em primeira e demais instâncias a serem cumpridas pelas partes. Nem Palmeiras nem WTorre abrem mão de seus direitos. E é assim que tem de ser conforme foi conversado, planejado e assinado pelos presidentes das duas partes quando o Palestra Itália veio abaixo para a construção do Allianz Parque. […]
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