Para quem esperava fogo contra fogo dos dois melhores times do Brasileirão, o que se viu no Allianz Parque neste domingo no duelo entre Palmeiras e Flamengo foi um jogo tático, funcional e de poucos riscos. Ninguém queria perder ou entregar pontos ao rival. O respeito foi grande de um elenco pelo outro, de modo a impedir que as jogadas mais abusadas perdessem espaço para as determinações e pedidos táticos de Abel Ferreira e Tite. E assim foi até o fim. O resultado só podia ser um empate sem gols. As estrelas estavam apagadas ou com outras funções. Havia pouco gramado para Raphael Veiga, por exemplo. As faltas, as jogadas duras e de contato e os cartões amarelos pararam demais a disputa.
Dos principais clássicos do futebol neste domingo, como Real Madrid e Barcelona, em Madri, e River Plate e Boca Juniors, em Buenos Aires, o confronto brasileiro foi o mais pobrezinho.
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O primeiro tempo frustrou o torcedor das duas equipes. Foram poucas as chances de gol e quase nenhuma jogada bem tramada. Em compensação, o árbitro assoprou demais o seu apito. Ele não errou, mas também não deixou a bola rolar. A disputa foi picada, com faltas atrás de faltas e alguns cartões. Foram seis amarelos na primeira parte. Não foi um duelo tenso e nervoso como se esperava, tampouco cheio de opções ofensivas. Tite poupou alguns de seus melhores jogadores, como Pedro e De la Cruz no início, baseado na avaliação do departamento médico do clube. Abel Ferreira, também com Libertadores no meio da semana, não deu moleza para seus atletas: escalou o que tinha de melhor, com três zagueiros e dando mais liberdade aos laterais Piquerez e Mayke.
Uma situação incomodou alguns palmeirenses. Foi ver Endrick longe do gol e tendo a função de ajudar a marcar pela esquerda. A condição não impediu o garoto de atacar e tentar chutes ao gol, mas o fez correr mais do que o necessário se estivesse mais na frente.
Endrick e Bruno Henrique foram os jogadores mais perigosos dos primeiros 45 minutos. O atacante do Flamengo assumiu sua tarefa pela esquerda, às vezes pelo outro lado também, de puxar contra-ataques e imprimir mais velocidade. Não deixou a zaga palmeirense tranquila. Mas sempre havia um marcador na sua cola e outro na sobra. Endrick tentou fazer o mesmo pelo outro lado, abusando do seu vigor físico e saúde. Ele entrou no jogo de contato. Ambos foram os mais perigosos.
Foi uma partida de contato, muitos contatos, alguns normais, alguns mais fortes, alguns desnecessários. O árbitro esteve em cima do lance o tempo todo e isso inibiu reclamações. Mas deixou de dar cartões, apesar do volume: 11. A marcação dominou os dois lados, com cães de guardas incansáveis, mas de pouca produção ofensiva. Isso deixou o jogo mais chato. Extremamente chato. Não havia muito com o que vibrar no Allianz Parque. A disputa foi se arrastando dessa forma até o fim, com um chute importante de cada lado. No total, foram cinco arremates, dois do Palmeiras e três do Flamengo. Não havia espaço para nada e o setor de criação estava fechado. Nem Raphael Veiga nem Arrascaeta deram o ar da graça. Estavam com outras funções táticas.
Uma boa notícia é que havia torcedores dos dois lados. Clássicos precisam disso. O futebol precisa disso. Mas a rivalidade estadual tem deixado sempre uma bandeira do lado de fora do estádio. Em Minas, no sábado, só havia atleticano contra o Cruzeiro. A notícia ruim, como sempre, é a reclamação insistente com o trio de arbitramentos de jogadores e técnicos. Isso precisa acabar no futebol brasileiro. Já passou do ponto. Tite e Abel ganharam cartão.
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O jogo foi mais franco no segundo tempo, principalmente depois das trocas feitas pelos treinadores. Tite mandou seu primeiro escalão para o gramado, como Pedro e De La Cruz. Abel mudou a posição de Endrick para ele continuar sendo o mais perigoso do time. Os primeiros minutos foram do Palmeiras, mas depois o Flamengo atacou mais e ainda teve nas bolas paradas algumas boas chances. Teve um gol feito por Aníbal Moreno, mas em posição irregular. Havia três em impedimento na jogada.
O respeito entre as partes foi mantido até o fim, com muita entrega e obediência tática acima da média dos dois lados. Isso só comprova a intenção de véspera de Palmeiras e Flamengo de não entregar pontos para o adversário. E por um único motivo: eles vão se encontrar lá na frente do Brasileirão, brigando pelo título e fazendo suas contas. Qualquer ponto ao longo dessa caminhada é mais do que importante para os dois postulantes ao título. Na tabela, ficou pior para o Palmeiras, que tem menos pontos e está mais abaixo na classificação. O Flamengo chegou ao sétimo ponto e divide a primeira colocação com o Bragantino.
[…] são três: os títulos conquistados,as reformas implantadas no clube e a equação das finanças. Se ela for embora, o Palmeiras anda do jeito que está estruturado. Para um líder, não há legado melhor do que fazer tudo funcionar a […]
[…] que mais impressiona nesse time é sua capacidade de reação quando quer reagir. Não foi assim diante do Flamengo no fim de semana, é verdade. Penso que no jogo pelo Brasileirão, Abel não soltou seu elenco em nenhum momento como fez no […]
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