A presidente Leila Pereira vem dando spoiler sobre a saída da Crefisa do Palmeiras depois de uma década de parceria. Foi em 2015 que ela ligou para o departamento de marketing do clube informando sua intenção de patrocinar o time de futebol masculino. Ela conta isso com bom humor e certa dose de orgulho.
“Acharam que era trote”, me disse certa vez durante uma entrevista. Ela conversou com seu marido, José Roberto Lamacchia, e eles chegaram à conclusão de que deveriam se juntar ao Palmeiras. Assim foi e tem sido nas últimas temporadas.
Agora, em campanha por sua reeleição para mais três anos no comando do clube, Leila dá pistas do fim desse ciclo. A Crefisa/FAM cresceu junto com o Palmeiras. As empresas não cresceram somente em seus serviços para o público. Cresceram como instituição e valor de mercado. Ganharam confiança no setor como companhia e passaram a gerar novos negócios e até novas empresas, como a Placar, de aviação comercial.
O Palmeiras tirou proveito de cada real que a Crefisa colocou no clube e no futebol, com reformas e conquistas, times competitivos e comissão técnica longeva. Todos ganharam nessa parceria.
Como presidente do Palmeiras, ela viu os R$ 81 milhões de patrocínio anual pagos pela Crefisa ficarem pequenos no novo cenário dos parceiros máster dos clubes brasileiros. Ela deixou claro que não renovará o acordo nos moldes que eles são e abrirá espaço para nova marca na camisa do Palmeiras, no estádio e também no clube.
A decisão fará o Palmeiras ganhar duplamente. O clube terá um novo patrocinador a partir de janeiro, que pagará, no mínimo, R$ 130 milhões por temporada (dinheiro fixo que pinga na conta durante os 12 meses) e mais premiações em casa de conquistas dos torneios. Hoje, a Crefisa pode pagar até R$ 120 milhões nessas condições. Esse valor foi apurado pelo The Football.
O Palmeiras quer assinar por três anos, período do novo mandato de Leila em caso de reeleição, o que deve acontecer diante do concorrente Savério Orlandi nas urnas de dezembro. A presidente prefere não assinar com empresas de Bets. O diretor de marketing do clube procura companhias de outros setores, como de material esportivo e de alimentação. A ideia é fazer com que o clube salte dos R$ 81 milhões fixos por ano para R$ 130 milhões.
Com a troca da marca, o Palmeiras vai ganhar também com a venda de camisas, o que deverá aumentar suas receitas diretas e também com sua patrocinadora de material esportivo.
Se isso acontecer nos valores pretendidos, o Palmeiras vai se tornar o clube mais bem pago por um patrocinador máster, podendo aumentar sua receita em até R$ 50 milhões. Leila disse que terá novidades nos próximos dez dias. A nova marca estará com o time no Mundial de Clubes nos Estados Unidos em junho.
VEJA QUANTO OS PATROCINADORES PAGAM
Flamengo – Pixbet – R$ 105 milhões/ano
Corinthians – Esportes da Sorte – R$ 103 milhões
Palmeiras – Crefisa/FAM – R$ 81 milhões
São Paulo – SuperBet – R$ 52 milhões
Fluminense – SuperBet – R$ 52 milhões
Grêmio – Banrisul – R$ 30 milhões
Inter – Banrisul – R$ 30 milhões
Santos – Blaze – R$ 28 milhões
Botafogo – R$ Parimatch – R$ 27 milhões
Cruzeiro – Betfair – R$ 25 milhões
Fortaleza – Novibet – R$ 20 milhões
Atlético-MG – Betano – R$ 18 milhões
Athletico-PR – Esportes da Sorte – R$ 17 milhões
Alguns clubes, como Flamengo e Cruzeiro, já negociaram novos aportes no valor anual a partir da próxima temporada. O time de Minas, que agora tem Fernando Diniz em seu comando, vai saltar dos R$ 25 milhões para R$ 42 milhões. Portanto, vai quase que dobrar sua receita apenas com o patrocinador máster. O Flamengo negociou gatilhos para os próximos anos de acordo.