Por que o Palmeiras está tendo dificuldades para contratar jogadores? Abel Ferreira pediu para a presidente Leila mais três reforços, um zagueiro, um meia e um atacante. Já se contenta, como a torcida, com um camisa 9.
Mesmo assim, o clube continua patinando nas escolhas e nos acertos. As contratações continuam sendo as de Paulinho, Facundo Torres e Martínez, volante uruguaio de 25 anos. São todos bons jogadores, mas insuficientes. Nenhuma deles muda a cara do Palmeiras.
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Dinheiro não é problema para o Palmeiras, principalmente depois da venda inesperada e rápida do zagueiro Vitor Reis para o Manchester City. Leila ofereceu 20 milhões de euros para Andreas Pereira, do Fulham, outros 18 milhões de euros para Matheus Pereira, do Cruzeiro, e mais recentemente 17 milhões de euros para Claudinho, do Zenit. Todos eles recusaram as ofertas. Pularam fora. Ora o negócio não deu certo por causa dos clubes, ora por causa dos próprios jogadores.

A mais nova recusa foi de Claudinho, atacante do time russo. Segundo Leila, em declaração ao GE.com, o jogador disse “sim” à proposta do Palmeiras para depois mudar de ideia e se mandar para o Catar. Vai jogar no Al-Sadd. Claro, por muito mais dinheiro. O Palmeiras anda tomando esses tombos. Já não é mais um clube que encanta o atleta.
Falta de palavra de Claudinho
Há dois problemas nas tratativas frustradas do Palmeiras. Primeiramente, a falta de palavra do atleta e dos seus representantes. Isso não pode ser considerado normal numa transação que envolve milhões de euros. Palavra é palavra mesmo nos tempos modernos. O jogador ora quer, ora não quer mais. Claudinho não agiu de forma certa com o Palmeiras.
O segundo problema é a sede dos jogadores brasileiros de ganhar mais em qualquer lugar do mundo. Não importa mais o tamanho do futebol do país, sua relevância ou qualquer outro critério de avaliação técnica. Os bons jogadores brasileiros sonham com uma Europa de segundo escalão. E estão abertos a qualquer mundo por dinheiro. A ganância está falando mais alto do que o sucesso na carreira.
Só pensam em dinheiro
Antigamente, nossos craques queriam jogar na Itália, mesmo assim só depois de ganhar tudo no Brasil. Zico, Sócrates, Edmundo, Falcão e tantos outros preferiam o futebol italiano, o mais disputado daquela época. Depois teve a fase da Espanha e agora é a da Inglaterra.

Mas a cabeça dos jogadores está mudando. Nossos atletas vão embora cada vez mais cedo, antes de completar 18 anos, para qualquer lugar do planeta só por dinheiro. Quem paga mais leva. Ao deixar o Corinthians, Róger Guedes disse o absurdo de que seu sonho sempre foi jogar no Catar. Só que não, né? Nunca ouvi um jogador dizer isso.
Soberba dos clubes
Há ainda um terceiro problema: a soberba dos clubes brasileiros. Suas bandeiras não comovem mais ninguém. Essa garotada faz o discurso do ‘amor’ ao time formador, mas pulam fora na primeira chance. E só voltam depois dos 30 anos, numa outra condição.
O dinheiro pago no Brasil tem pesado pouco para esses jogadores, que conseguem mais dinheiro em outros lugares, mesmo com o Brasil pagando milhões de reais por mês e liberando parte dos cotratos. Há também a desorganização do calendário, o excesso de jogos, as cobranças pesadas da torcida, as emboscadas a atletas vez ou outra… e até a falta de segunrança do país, infelizmente.
O mercado de fora está pagando mais e não tem todos esses problemas. Tem a desvalorização do real que ajuda nisso e a cobrança excessiva dos torcedores brasileiros por resultados. Portanto, são vários fatores que levam nossos jogadores embora.
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Por fim, há a bagunça do futebol brasileiro, seu calendário ridículo e longo e sua quase nenhuma organização para melhorar tudo isso. A CBF é um órgão político. Os estádios são ruins, os clássicos em São Paulo têm torcida única, as viagens são longas e não se tem tempo para descansar.
Tudo isso afasta o jogador brasileiro do seu próprio país. É uma opção de vida. Recentemente, Matheus Pereira, do Cruzeiro, disse que queria sair do Cruzeiro para criar seu filho na Europa.