Abel Ferreira coloca em marcha mais uma reformulação no elenco do Palmeiras, em comum acordo com a presidente Leila Pereira, para tentar fazer com que o time continue competitivo no segundo semestre. De alguns anos para cá, essa saída de jogadores do elenco passou a ser uma condição menos traumática no futebol brasileiro e aceita de forma mais comum na profissão. Jogadores e empresários passaram a entender melhor o ciclo de um atleta dentro de um clube e o desenvolvimento da carreira em outros lugares.
O próprio Palmeiras conduz com naturalidade suas trocas de personagens. Não fere egos nem se vira contra esse ou aquele. Dispensar jogadores não é um castigo, é uma conduta de sobrevivência para as duas partes, atleta e clube.
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A lista de jogadores que devem deixar o Palmeiras tem nomes como Luan, Rony, Gabriel Menino, John John e até o recém-contratado Caio Paulista. Isso não quer dizer que esses jogadores serão dispensados por Abel Ferreira e perderão valor de mercado. Eles sairão na hora certa, com gratidão e num processo de comum acordo entre a direção, a comissão técnica e seus representantes. Vale ressaltar que é cada vez mais comum no clube a presidente receber pedidos de liberação de atletas. São jogadores que querem tentar a sorte em outro lugar depois de entender que sua missão no time está cumprida.
O Palmeiras não trabalha com reformulações do elenco após cada temporada, tampouco dispensa jogadores de uma tacada só, meio que naquela condição de “aprovados” e “reprovados”. Nada disso. Há um processo no futebol do clube que vai deixando claro as mudanças necessárias que o time precisa fazer em todas as posições do campo. A chegada de alguns jogadores também apontam nesse sentido. Só para o meio de campo, Abel mandou buscar Rômulo e Felipe Anderson, que também pode ser atacante. O primeiro já faz seu trabalho de adaptação. Treina e joga. O segundo chega da Itália neste mês para reconhecer o futebol brasileiro depois de anos na Europa.
Ambos não chegaram para ser reservas, principalmente Felipe Anderson. De modo que a chegada de alguns jogadores no Palmeiras implica diretamente na saída de outros. Desde que Abel chegou, há um equilíbrio no elenco. Também não há prazos para as trocas. Todos os jogadores que devem deixar o clube têm contrato. Eles só vão embora depois de encontrar alguma coisa boa para suas respectivas carreiras. É assim que o departamento de futebol do Palmeiras trabalha desde 2015, quando o clube deu um saldo em sua gestão e nos processos de trabalho.
Atletas e seus agentes também amadureceram nesse sentido. Ninguém sai atirando contra a diretoria por se achar injustiçado. Breno Lopes foi um desses jogadores que deixaram o clube pela porta da frente, depois de fazer o gol da conquista da Libertadores de 202o e ter todas as chances que poderia ter com o treinador português. Ele e seu empresário nunca questionaram a reserva nem podem falar que o atacante foi esquecido no grupo.
O mesmo processo acontece com Rony, um atacante que foi importante para o Palmeiras, mas que vê outros melhores do que ele ganharem espaço. A reserva não apaga nada do que Rony fez para o time. Sua saída, quando acontecer, será planejada com carinho e gratidão, será um dia de festa e não de tristeza, como também será a despedida do zagueiro Luan.
Torcedor precisa reconhecer o trabalho dos jogadores
O futebol brasileiro precisa ser mais grato a seus personagens. Digo isso pensando no torcedor. O jogador não pode acabar como Cássio acabou no Corinthians, que serviu o time por mais de dez anos e foi “colocado para fora” do clube pela porta dos fundos. Não era para acontecer da forma que foi. Faltou habilidade da direção. Não se trata um ídolo dessa maneira. Não se trata qualquer jogador do time sem respeito, por menos utilizado que ele seja. Esse atleta participou de um grupo por algum tempo e esteve com o time nesse período. Se não deu certo, é do jogo. Se a diretoria contratou errado, também é do jogo.
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No Palmeiras, esses erros são cada vez menos frequentes. Um jogador que não deu certo é Caio Paulista. Ele veio voando do São Paulo, mas não teve o mesmo desempenho com a camisa do Palmeiras. Ele seria titular na maioria dos times do Brasileirão, mas não vai bem quando entra na vaga de Piquerez. Dos meninos que subiram da base, Abel só pediu para Leila segurar Estêvão. Mesmo assim, se possível, porque a procura pelo garoto vai esquentar nessa e nas próximas janelas, assim que ele começar a jogar mais vezes.
A base trabalha bem no Palmeiras
A base tem duas finalidades: formar jogadores para o time principal e para fazer dinheiro. O Palmeiras trabalha com essas duas condições, quando não junta ambas em uma só, como aconteceu com Endrick. O clube se valeu deles duplamente: ajudando o time e ganhando dinheiro. E assim deve ser. A receita que entra, no entanto, precisa ser aplicada em melhorias no clube social, no futebol, no elenco, no estádio e para o torcedor. É uma roda que gira.
[…] Aos 32 anos, ele era apontado como um dos “reforços” do time para o segundo semestre. Escrecri uma coluna nesta semana sobre a debandada de jogadores que o clube teria, mas confesso que o nome de Dudu não foi mencionado em nenhum momento, o que me faz crer que […]
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