A Federação Paulista de Futebol trabalha o Paulistão 2025 para ter o mesmo formato e número de jogos das edições anteriores, com 12 datas na fase de grupos e depois mais um jogo nas quartas de final, outro na semifinal e duas partidas, de ida e volta, na grande decisão. Portanto, com 16 datas. Não muda nada das edições anteriores.
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O Estadual de São Paulo é um dos mais organizados do futebol nacional. O campeão de 2024 foi o Palmeiras. O time de Abel Ferreira derrotou o Santos na final. Geralmente, o torneio começa morno e vai esquentando. Quase sempre um grande fica pelo caminho e abre espaço para rivais do interior ou de menor prestígio. Há jogos arrastados. Mesmo os grandes começam amarrados e sem interesse.
A Federação Paulista e todos os seus pares dos outros Estados brasileiros sofrem pressão para a redução do número de partidas. Na loucura que é o calendário do futebol brasileiro, com mais de 70 jogos por temporada, os Regionais são sempre apontados como opção para reduzir o número de compromissos, dando, assim, mais folga aos clubes.
As outras competições para os grandes do país são Brasileirão (38 rodadas), Série B (38 rodadas) e Série C (38 rodadas), Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana.
Há clubes que usam no Estadual equipes inferiores, como times B ou formações de base. O Athletico-PR faz isso há alguns anos. Já houve um tempo em que os clubes paulistas tinham de utilizar seus principais atletas na competição, com risco de punição. Penso que faltam atrativos para os Estaduais.
Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo não abrem mão de nenhuma das competições, mas eles não têm elenco para jogar bem e de forma competitiva todas as partidas sem desgastar jogadores. O ano é pesado.
Há muita reclamação pela quantidade de jogos. Abel já reclamou. Tite já reclamou. Renato Gaúcho já reclamou. Flamengo e Palmeiras teriam tomado a frente junto à CBF para pedir a redução dos Estaduais de São Paulo e Rio a partir de 2025.
Esse assunto, no entanto, não chegou para a Federação Paulista de Futebol, conforme confirmado pelo The Football (robsonmorelli.com.br). A entidade prepara para outubro seu congresso da próxima edição do Paulistão, com sorteio dos grupos para novembro. Há compromissos assumidos com patrocinadores e transmissão das partidas.
O Paulistão, por exemplo, tem contrato vigente com a Warner e Record. Demais pacotes de transmissão no streaming estão sendo negociados. A própria FPF mostra seus jogos no streaming.
Em São Paulo e alguns outros Estados brasileiros, os clubes têm começado o Regional com equipes mistas, com alguns dando mais tempo de férias para seus principais atletas. Geralmente, o torneio ganha peso na etapa mais avançada da fase de classificação.
Nenhum outro clube de São Paulo, por ora, bateu na porta da FPF para pedir a redução da quantidade de partidas. Os Estaduais são organizados pelas federações locais, com submissão à CBF. São Paulo e Rio são os mais badalados.
Existe uma proposta para que os grandes desses dois Estados entrem nas fases mais agudas da competição. Mas isso também não é certo.
Como o prazo para a regulamentação da próxima edição do Paulistão e do Cariocão está se aproximando, tudo leva a crer que não haverá mudanças no formato desses torneios, tampouco dos outros Regionais do país. O campeonato estadual só existe no Brasil. Ele remonta os primórdios do futebol da década de 1940. Tem seu público.