O pedido de impeachment do presidente Augusto Melo não poderia ter chegado em hora pior. O Corinthians não consegue sair da zona de rebaixamento e vai se afundando no buraco em que se meteu no Brasileirão, embora bem na Copa do Brasil e Sul-Americana. Há muito risco de ser rebaixado para a Série B. O foco de tudo e de todos no Parque São Jorge deveria ser com o futebol, na condição pra lá de dramática do time.

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Mas a turma que agita o clube, geralmente para piorar o que já é ruim, resolveu pedir o afastamento do presidente agora, depois de 24 jogos do time no Brasileirão, com 14 partidas restantes para tentar se salvar. Até agora, são quatro vitórias.

Ramón e o elenco corintiano estão contra a parede e pressionados para deixar o Z-4 do Brasileirão / Agência Corinthians

Praticamente, estão colocando o pé na frente do moribundo para que ele caia e não se levante mais. O afastamento tem segundas e terceiras intenções, como colocar outro no trono. O presidente anterior fez lambanças parecidas e ficou até  o fim. A política do Corinthians, cuja receita anual pode chegar a R$ 1 bilhão, é a pior dos clubes de São Paulo e talvez umas das mais bagunçadas do futebol brasileiro.

Se tem algum dirigente achando que o Corinthians, de Ramón Díaz, vai melhorar com toda essa bagunça administrativa, esqueça. Não é assim que a banda toca. O problema do Corinthians com o rebaixamento é dentro de campo, muito a ver com a péssima gestão de Augusto Melo, sem dúvida, mas também pelo mau futebol. Melo nunca abraçou o time. Trabalha para tirar dinheiro do clube e comprar jogadores desconhecidos. Essa é a sua política.

Há alguns meses, fui almoçar com um ex-líder do Corinthians e ele me disse que o impeachment não demoraria para chegar. A situação do clube já era ruim. Esse diretor era da oposição.

As decisões de Augusto Melo são questionadas desde que ele assumiu o clube, em janeiro deste ano. Foi trapalhada atrás de trapalhada. Ele já foi peitado por torcedores dentro de sua sala de despacho, fez e desfez contratos de publicidade, não se explicou após o sumiço de dinheiro e comissões pagas indevidamente… Seus pares do Conselho entendem que é caso de impeachment.

Corithians já viveu neste ano uma confusão grande e ainda não explicada entre patrocinadores / Agência Corinthians

O processo de afastamento foi encaminhado. Há trâmite para isso. Pode ser arquivado no fim. Mas os conselheiros, 90 ao todo, acreditam numa decisão rápida e no afastamento de Melo. Tem ex-presidentes metidos nisso, tem uma turma na sombra, aquela mesma que comandava o clube, à espera para ver o que vai dar, tem outras facções dentro do Parque São Jorge querendo assumir. Mas não há nenhuma liderança forte e competente.

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O Corinthians ainda deve R$ 2 bilhões no mercado, tem um estádio que precisa ser pago, suas receitas foram abaladas pelas decisões do presidente, que anda gastando muito com jogadores desconhecidos e há folha mensal perto de R$ 20 milhões para bancar.

 

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