A prata olímpica do futebol feminino do Brasil em Paris não pode acabar na cerimônia de premiação dos Jogos. Nem nas lamentações do ouro perdido mais uma vez. O time perdeu a partida para os Estados Unidos por 1 a 0 e ficou em segundo lugar, repetindo o que aconteceu em Atenas (2004) e Pequim (2008). As jogadoras têm de chorar mesmo, mas é preciso continuar. A prata tem muito valor.

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Neste ciclo para os Jogos Olímpicos de Paris, acompanhamos a modalidade crescer e se desenvolver no Brasil, com envolvimento de clubes e federações, assim como dos patrocinadores. Demos, sim, alguns passinhos para frente.

Brasil perdeu para os Estados Unidos em mais uma final olímpica, repetindo Atenas (2004) e Pequim (2008) / COB

Agora são três medalhas olímpicas para o futebol feminino na história dos Jogos: prata em Atenas, Pequim e Paris. Não é pouco, apesar de o ouro sempre bater na trave. Marta é a única atleta brasileira a participar das três conquistas. Ela entrou no segundo tempo do duelo com as americanas. Fez o que se esperava dela.

Marta é como Pelé e Garrincha, como Ronaldo e Romário, e tantos outros que nunca serão esquecidos. Ela ganhou um beijo do presidente da Fifa, Gianni Infantino, na entrega das medalhas.

A derrota não pode nem deve mudar o cenário do futebol feminino no país. O que o Brasil precisa é encontrar novas Martas com outros nomes. E colocá-las para jogar. Tem uma oportunidade gigantesca para fomentar a modalidade nos rincões do Brasil, com mais torneios, mais peneiras, mais abertura e mais divulgação e apoio.

Há muitas meninas querendo uma chance. A obrigação das entidades, como CBF e federações regionais, é encontrá-las e dar a elas a oportunidade de suas vidas, como aconteceu com essas meninas festejadas em Paris.

Marta entra no segundo tempo da decisão com os Estados Unidos em Paris: brasileira ganha terceira prata olímpica / COB

O crescimento do futebol feminino no Brasil não vai parar. Também não temos de tapar o sol com a peneira quando a seleção não estiver bem, como não estava antes da chegada de Arthur Elias. É preciso agradecer eternamente as gerações do passado, mas olhar para a geração do futuro.

O torcedor precisa ainda se envolver mais. Há muito trabalho a ser feito e agora com uma medalha de prata no peito para impulsionar isso.

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Antes dos Jogos Olímpicos de Paris, a Fifa confirmou o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de futebol feminino em 2027, valendo-se de toda a infraestrutura que os Estados brasileiros já têm do Mundial de 2014 e até da Olimpíada de 2016. Mas não é só por isso que a CBF foi escolhida para organizar a competição.

Há muito interesse nisso por parte da Fifa, que vê o país expandindo uma modalidade que ela trabalha diariamente para ter um dia o mesmo peso da sua versão masculina. Ainda está longe disso nem se sabe se vai acontecer. Mas está muito mais perto do que anos atrás. O Brasil deve se orgulhar da conquista em Paris e melhorar o que já é prata nos Jogos Olímpicos.

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