Antes de falar de Fluminense 1 x 0 Santos, na noite deste domingo, no Maracanã, vamos voltar no túnel do tempo para ilustrar a importância desse grande clássico do futebol brasileiro. No dia 10 de agosto de 2010, Neymar e Paulo Henrique Ganso estrearam juntos na seleção brasileira num amistoso contra os Estados Unidos, em Nova Jersey.
A época era de renovação do time canarinho e os dois craques do Santos simbolizavam a grande aposta do técnico Mano Menezes, também estreante no cargo.
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Quase 15 anos depois, os dois jogadores se reencontraram no Maracanã neste duelo entre Fluminense e Santos, pela terceira rodada do Brasileirão – já não mais como promessas de novos tempos para o futebol brasileiro.

Sentados no banco de reservas durante todo o primeiro tempo, Neymar e Ganso agora estão unidos pelo prenúncio do fim de carreira e por um momento complicado no aspecto físico. O craque do Santos, de 33 anos, tem sofrido com seguidas contusões e já estava sem jogar havia mais de um mês. O meia do Fluminense, de 35 anos, passou por um susto ao descobrir um problema cardíaco que quase decretou sua aposentadoria.
Craques no banco
Ambos foram para o jogo no segundo tempo, como esperança de gols para suas respectivas equipes. Mas o tempo, sempre implacável, cobrou o preço da idade e do desgaste físico. Para quem tinha na memória o brilho dessa dupla nos 144 jogos em que atuaram juntos pelo Santos, o reencontro desta noite foi frustrante.
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Por mais que tenham tentado, nem um nem outro conseguiu fazer a diferença num clássico muito amarrado, predominantemente favorável para quem estava em campo com o intuito de marcar e obstruir as jogadas adversárias. Neymar e Ganso, aqueles meninos talentosos que o Brasil passou a admirar nos últimos 15 anos, infelizmente são hoje só sombra do passado.
Num Maracaña lindo
Fluminense e Santos não podem ser acusados de falta de interesse, de luta, de esforço físico. Mas ficaram muito abaixo do esperado em relação à parte técnica e fizeram um jogo de poucas emoções e raras chances de gol.

Houve um evidente predomínio das defesas sobre os ataques. No primeiro tempo, o Flu teve mais volume e maior número de finalizações (7 x 2), especialmente por conta da boa performance de Arias pelo setor direito de ataque. Mas os dois goleiros praticamente não pegaram na bola.
De modo que, na etapa final, com Neymar e Ganso em campo, esperava-se mais brilho. No entanto, os dois foram tragados pelo espírito de marcação do duelo, sofreram com a escassez de espaços e os efeitos da falta de ritmo de jogo.
Mas o futebol tem seus caprichos. E se os craques não estavam num dia de brilho, as luzes do protagonismo buscaram em Samuel Xavier um coadjuvante para sair de campo como herói. No último minuto dos acréscimos, quando a partida caminhava para um melancólico 0 a 0, o lateral do Flu arriscou um cruzamento para a área, a bola desviou nas costas do lateral argentino Escobar e entrou no ângulo esquerdo, sem chance de defesa para Brazão.
Só Neymar pode salvar Caixinha
Assim, com o resultado, o Fluminense, de Renato Gaúcho, segue em alta, brigando na parte de cima da classificação do campeonato. Já o Santos, de Pedro Caixinha, sinaliza um ano difícil nessa sua volta à Série A. Ainda sem vitória, o técnico português já balança no cargo e sabe que só Neymar pode salvá-lo.
Desolado com o resultado, o craque do Peixe saiu de campo dizendo-se feliz por voltar a jogar. Mas reconheceu que é preciso mudar muita coisa para a temporada não ser catastrófica.
Eu amo jogar futebol. Respeito as decisões do corpo técnico, mas estou inteiro e quero jogar sempre. Mais uma vez demos um vacilo e perdemos. Sabemos que a situação é difícil, mas temos um bom time, falta encaixar… E ter mais personalidade para a gente mostrar o que é o Santos.
NEYMAR
É difícil começar mais uma semana de trabalho sem deixar de levar em conta o impacto dessa análise de Neymar na avaliação interna do trabalho de Pedro Caixinha.