Ramón Díaz tem uma única certeza ao ser oficializado como novo treinador do Corinthians no lugar de António Oliveira: o time não será rebaixado. Não há como saber isso, nem mesmo para o treinador que deve ter recebido todas as informações do clube e do elenco antes de aceitar o desafio. Ele assinou contrato para esta temporada e para a próxima, até dezembro de 2025. Portanto, o plano é não ser rebaixado no Brasileirão deste ano para tentar começar um trabalho do zero em janeiro do ano que vem.

Augusto Melo, presidente do Corinthians, contrata Ramón Díaz por duas temporadas / Agência Corinthians

Na janela de transferência, aberta nesta quarta-feira, dia 10 de julho, a tendência é mais para vender jogadores do que para comprar. E por dois motivos: o clube precisa de dinheiro em caixa e tem jogador querendo ir embora, a exemplo de Cássio e Carlos Miguel, os dois goleiros do time, e dos atacantes Mosquito e Arthur.

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Tenho muitas dúvidas se Ramón Díaz é a melhor escolha para o Corinthians neste momento. Temo que ele demore demais para entender as coisas do Parque São Jorge, sempre complexas e agora mais do que nunca, seus mandos e desmandos, a pressão da torcida, as fraquezas do elenco e as necessidades de mudar tudo num curto espaço de tempo. Temo que Ramón Díaz não tenha essa mão pesada para conduzir a marcha. O Corinthians precisa de mudanças profundas. A outra opção era Fábio Carille, do Santos.

A condição na tabela é a primeira indicação para o novo treinador. São 15 jogos e 12 pontos apenas. São sete derrotas e um time empobrecido em todos os seus setores, mas com muitos mais pecados no ataque. Para escapar do Z-4 e de uma possível queda, o Corinthians tem de ganhar partidas. Simples assim. Neste Brasileirão, tem apenas duas vitórias. Restam 23 partidas. Teria de vencer ao menos 11 jogos.

Numa projeção nesse momento da competição, com o desempenho dos times participantes antes das consequências de uma janela aberta de transferência, não seria muito difícil traçar vitórias e derrotas do time de Parque são Jorge, a começar pelo jogo desta quarta-feira contra o Vasco, no Rio. Para mim perde.

Fábio Carille, técnico do Santos, era uma das opções do Corinthians para o lugar de António Oliveira / Santos FC

Das 23 partidas, o Corinthians poderia se dar bem em 11 delas, algumas jogando em Itaquera, mas outras na condição de visitante. Se ganhar todas essas 11 partidas, somaria mais 33 pontos na sua conta de 12. Ficaria, portanto, com 45. Teoricamente, as outras partidas seriam mais complicadas para o time de Ramón Díaz.

No ano passado, o Santos foi rebaixado com 43 pontos. Bahia e Vasco escaparam com 44 e 45, respectivamente.

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Veja os jogos que o Corinthians poderia ganhar neste Brasileirão:

Rodada 17, em casa, contra o Criciúma
Rodada 19, em casa, contra o Grêmio
Rodada 21, em casa, contra o Juventude
Rodada 22, em casa, contra o Bragantino
Rodada 23, fora de casa, contra o Fluminense
Rodada 27, em casa, contra o Atlético-GO
Rodada 28, fora de casa, contra o São Paulo
Rodada 31, fora de casa, contra o Cuiabá
Rodada 33, fora de casa, contra o Vitória
Rodada 35, em casa, contra o Vasco
Rodada 36, fora de casa, contra o Criciúma