Deu tudo certo para o Santos nesta quarta-feira em São Paulo. Fazia tempo que o torcedor não usava essa expressão. Os últimos anos foram sofríveis para o clube. Hoje, o time se credenciou para disputar a final do Paulistão 2024. Desde 2016, portanto há oito temporadas, que a equipe da Vila Belmiro não decide um título Estadual. Jogando melhor e montando armadilhas na Neo Química Arena para o Bragantino, o Santos, do bom treinador Fábio Carille, ganhou por 3 a 1 na primeira semifinal da competição regional. Nesta quinta-feira, a outra vaga será decidida entre Palmeiras e Novorizontino, na volta do time de Abel Ferreira ao Allianz Parque depois de dois meses. O Palmeiras está invicto na disputa.

O Santos ganhou na bola e também na força da sua torcida. Com 44.800 torcedores em Itaquera, na casa corintiana, o jogo bateu o recorde de público na arena rival no ano. A renda? R$ 3 milhões – outra vitória santista na noite. Aliás, o clube mandou o jogo em Itaquera só para ganhar mais dinheiro. O torcedor, apaixonada que está, fez a sua parte. Então, o santista está de parabéns. Fez bonito para ajudar o seu time, que vai disputar a Série B do Brasileiro e tem como maior meta subir. O torcedor já deu mostras de que não vai abandonar a equipe.

O Santos chega à final do Paulistão 2024 sem nunca ter se desgarrado do Palmeiras. Não deixou o adversário se distanciar na classificação geral. Depois da mudança de comando, com a eleição do presidente Marcelo Teixeira, um dirigente do ramo, e com a contratação de Carille, o Santos mudou da água para o vinho. Também se valeu de alguns jogadores dispensados do Corinthians para formar seu elenco, como o zagueiro Gil e o meia Giuliano. Eles saíram do Parque São Jorge numa limpa que teve envolvendo mais de dez atletas. De certa forma, foram responsabilizados pelo fracasso do ano anterior.

O Bragantino mantém sua sina de regularidade nas competições, mas também de ser eliminado na retas finais. Sasha, autor do gol do time de Bragança Paulista, disse isso. Em outras palavras, comentou que o time voltou a decepcionar, mas que uma hora o “que é” do Bragantino vai chegar. O clube do interior tem o apoio financeiro e de gestão da Red Bull.

Joaquim e Gil festejam gol do Santos diante do Bragantino na Neo Química Arena / Santos FC

Festa dos santistas em Itaquera

Mesmo na casa do Corinthians, a festa dos jogadores com a torcida do Santos foi linda, como há muito tempo não se via. Vale lembrar que em temporadas passadas essa harmonia não existia. Havia muitas dívidas, descontentamento, confusão e jogadores pedindo para ir embora. Isso não existe mais na Vila. Nos  três primeiros meses, ainda incompletos, o Santos se transformou, se reconstruiu, pagou parte de suas pendências financeiras e melhorou sua gestão, que era fraca e atrapalhada.

Há ainda que se ressaltar uma das principais características desse time: a humildade. Esse Santos virou um bando de amigos dispostos a jogar bola para tirar a bandeira do clube da lama. Não há craques nem jogadores desinteressados. Há alguns bons atletas e um elenco trabalhador. Carille tem valorizado cada treino e cada jogador, de modo a deixar todos felizes e comprometidos.

OUTRAS COLUNAS DE ROBSON MORELLI

Isso só prova que gestão no futebol ainda faz diferença. Bastaram alguns acertos, profissionais certos nos lugares certos, para que o Santos subisse de produção e desafiasse qualquer rival brasileiro. Ganhar ou perder o Paulistão é outro papo. Pode ser contra o Palmeiras ou diante do Novorizontino. É claro que sua chance será maior se não tiver de encarar a equipe de Abel Ferreira, a melhor da competição. Mas em uma decisão, há detalhes e preparações diferentes. A final será disputada em duas partidas. Se passar o Palmeiras, o time da capital fará o jogo final em sua casa, no Allianz, marcada para 7 de abril.

Publicidade