O São Paulo trabalha nos bastidores para melhorar suas receitas com patrocinadores da camisa e tem conseguido se aproximar dos R$ 100 milhões por ano, ultrapassando os R$ 81 milhões oferecidos pela Crefisa/FAM ao Palmeiras. É a melhor marca do time tricolor nesse segmento. O clube já tem R$ 90 milhões fechados.

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A diferença dos rivais é que o clube do Morumbi espalha mais as marcas no seu uniforme. Até agora são seis pedaços da camisa carimbados por empresas diferentes. São elas: Superbet (R$ 52 milhões), Blue Saúde (R$ 12 milhões), Viva Sorte (14,5 milhões), Ademicon (R$ 6 milhões), ABC da Construção (R$ 4,3 milhões) e Konami (R$ 2 milhões). Os valores mencionados são anuais. O clube tem acordo com a New Balance para o fornecimento de material esportivo.

Presidente do São Paulo, Julio Casares, à direita, segura a camisa do time com a nova marca: Viva Sorte / SPFC

Vender parte da camisa é uma prática antiga no futebol brasileiro, ao que parece sem volta. Na década de 1980, por exemplo, esse expediente era menor, com menos marcas aparecendo na camisa dos clubes. O torcedor prefere vestir uma camisa limpa, mas entende a necessidade de arrecadação.

Com mais dinheiro em caixa, o São Paulo ganha condições de formar um time mais forte, segurando seus melhores atletas, como Calleri, Lucas e Luciano, e buscando outros do mesmo nível no mercado.

De acordo com a diretoria do Morumbi, há novas metas de crescimento no marketing para a temporada. Em um ano, o time cresceu 60%. Isso não diz respeito somente ao acerto com novos patrocinadores do uniforme, como explicou o diretor da área, Eduardo Toni.

“O São Paulo ainda tem as mangas da camisa disponíveis, mas não buscamos somente o patrocínio do uniforme. Vamos ter agora sete shows no estádio e há projetos de streaming e redes sociais”. Os shows a que Toni se refere dizem respeito a uma parceria com a Live Nation, que terá o Morumbi com exclusividade durante cinco anos. A produtora pagará ao clube R$ 60 milhões nesse período. O cantor Bruno Mars fará seis apresentações no estádio em outubro.

André Silva marca gol contra o Atlético-GO pelo Brasileirão: na camisa, todos os patrocinadores do clube / SPFC

No balanço fiscal de 2023, o São Paulo informou arrecadação de R$ 108 milhões com marketing. Isso engloba todas as ações com marcas e eventos. Vale lembrar da parceria com a Mondelez, multinacional no ramo de alimentos, que rebatizou o estádio de Morumbis. O clube recebe R$ 26 milhões por ano até 2026.

As oportunidades aparecem porque o time está bem dentro de campo. É uma condição importante do mercado brasileiro. No ano passado, o clube ganhou a Copa do Brasil e nesta temporada vai bem no Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. O torcedor tem lotado o estádio e isso reflete diretamente nas marcas que apoiam o clube.

Todo esse dinheiro arrecadado será usado em algumas frentes no São Paulo. Primeiramente, ele representa cerca de 20% da arrecadação anual do clube. Há outras fontes de receita como transmissão dos jogos, bilheteria e programa de sócio-torcedor, assim como venda de jogadores.

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O São Paulo trabalha para pagar suas contas do mês, reduzir suas dívidas de quase R$ 700 milhões, melhorar as condições do Morumbis e do CT da Barra Funda e ter um time cada vez mais forte, como gosta de dizer o presidente Julio Casares. Há clubes que fazem isso melhor, como Flamengo e Palmeiras. Há uma preocupação no São Paulo de não fazer dívidas que o clube não possa pagar.

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