O São Paulo tem as mesmas chances de seus concorrentes no Brasileirão, e apenas uma bala na agulha em confronto direto com a turma que está acima dele na tabela. Dos quatro times à frente do tricolor após 24 rodadas (nem todos têm o mesmo número de partidas realizadas), apenas o Botafogo será seu adversário até o fim da competição, curiosamente na última jornada, quando todos os jogos acontecem no mesmo dia e horário.
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O bom resultado deste domingo contra o Vitória, no Morumbis, deixou o São Paulo firme na quinta posição, com 41 pontos. Foi mais um bom jogo. O time entrou com uma camisa pedindo pela recuperação do jogador uruguaio Juan Izquierdo, que sofreu uma arritmia cardíaca e uma parada durante jogo contra o São Paulo, pela Libertadores, semana passada.
O Brasileirão fechou o domingo com novo líder, o Fortaleza, que bateu o Corinthians por 1 a 0. Em São Paulo, o Tricolor festejou sua vitória de número 12 no torneio: 2 a 1.
É inegável que há uma comunhão no clube entre dirigentes, comissão técnica e elenco. O departamento de futebol vem há algum tempo formando um grupo de bons jogadores, liberando outros e correndo atrás de peças pontuais, como faz agora para a lateral-esquerda. Isso é gestão.
No futebol, nada se resolve de um dia para o outro. Os clubes que mandam no futebol brasileiro atualmente, cada qual com sua forma de gerir, levaram tempo para se reorganizar.
O São Paulo abandonou os remédios paliativos para tratar da doença com firmeza. O time não precisa mais comprar dez jogadores por janela. O elenco é bom. Peças são buscadas no mercado com calma e qualidade. O dinheiro começa a pingar no clube e a ser usado de maneira mais inteligente, sem passos maiores do que a perna.
E Zubeldía foi um achado. O treinador argentino caiu nas graças do torcedor e dos atletas. Os resultados andam juntos com tudo isso. Zubeldía manteve o São Paulo em três frentes na temporada: Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil. O time tem chances em todas elas e não vai abrir mão ou desistir de nenhuma. Lucas já falou isso. Zubeldía também.
O clube acredita que tem elenco para ganhar as três competições e que o treinador e seus pares conseguem administrar o elenco, de modo a ter sempre uma equipe competitiva em campo. Há novos jogadores, como Marco Antônio, e alguns da base.
Há uma outra parte importante no Morumbi, a mais importante delas: o torcedor. O são-paulino não chuta mais o portão do CT da Barra Funda para reclamar, confia no time e no treinador e desconfia pouco dos dirigentes. As partidas em casa têm tido bons públicos e boas rendas.
Mas para ganhar o Brasileirão, o São Paulo terá de ser melhor do que seus concorrentes diretos, como Fortaleza, Palmeiras e Flamengo. Terá de torcer contra eles e levar a melhor no confronto direto com o Botafogo. Vai ter de fazer suas contas a cada rodada.