Os conselheiros do São Paulo têm até o fim da tarde desta quarta-feira para aprovar as contas do clube de 2024. Geralmente, tudo é aprovado. Mas o que é “aprovar”? É concordar com tudo o que foi feito pelo presidente Julio Casares ao longo do ano fiscal. Nesse período, os gastos aumentaram.
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O clube teve déficit de R$ 287 milhões, como havia adiantado The Football.Isso significa que o São Paulo gastou mais do arrecadou. É contra isso que o próprio Casares luta nesta temporada. Ele entendeu que não dá para sobreviver dessa forma. Por isso, neste ano ele está cortando da própria carne para baixar sua dívida de R$ 968 milhões.
Clube está no vermelho
Toda a movimentação deste ano no Morumbi visa baixar suas despesas, gastar menos e colocar uma pedra em cima de sua dívida para que ela não cresça mais. Claro, pagar parte dela também faz parte do projeto tricolor. Não há dinheiro para nada. É preciso ressaltar que essa dívida e esse gasto foram feitos pelos próprios gestores do clube. A dívida não é apenas de Casares, mas pertence a ele.

The Football apurou que ela será aprovada graças a toda essa movimentação que o clube faz para parar o sangramento. Mas haverá chiadeira, e com muita razão. O São Paulo saiu do seu trilho há anos e ainda não conseguiu voltar a ele. O processo de enxugamento das despesas, inclusive do elenco, enfraquecendo o time para a temporada, faz parte dessa tentativa de retomar o rumo.
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O São Paulo quer parar de pagar tantos juros das dívidas e dos empréstimos que o clube faz para pagar as contas e se livrar de pendências mal-feitas do passado, como a contratação de Daniel Alves, por exemplo.
Dívidas para todos os lados
Há multas com instituições esportivas e municipais, como a CET, que organiza o trânsito nas imediações do estádio em dias de jogos. Casares também diz que a base dá prejuízo do jeito que ela é gerida. O argumento corrobora com sua iniciativa de fazer uma parceria de R$ 600 milhões com um empresário grego para a formação de garotos em Cotia. Ele fala em déficit de R$ 40 milhões em 2024 com a garotada, que neste ano ganhou a Copinha.
É claro que o resultado não é o que gostaríamos, mas temos um planejamento para estancar a sangria da dívida e deixar o São Paulo com mais musculatura para quem me suceder e para o centenário, em 2030. JULIO CASARES
Casares confirmou que o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), criado para conseguir crédito no mercado, já conseguiu captar R$ 135 milhões. Esse dinheiro já foi gasto para pagar as contas mais quentes e os juros delas. Por incrível que pareça, o clube ainda paga multas do tempo da pandemia. É óbvio que a gestão está patinando ou patinou nas últimas temporadas. O que o São Paulo faz hoje, tinha de ter feito quatro ou cinco anos atrás.
Vão entrar R$ 2 bilhões?
A boa notícia é que, segundo o presidente, há um valor de R$ 2 bilhões do que Casares chama de “recebíveis”. The Football anunciou essa informação há quatro semanas, mas com valor de R$ 1,7 bilhão. Casares diz agora que é mais. Esse dinheiro não existe, mas está negociado ou sendo negociado. Faz parte dele o contrato refeito com a Superbet de R$ 700 milhões até 2030.

É preciso entender que essas movimentações já deixaram o time de Zubeldía mais fraco, com elenco curto e jogadores limitados. Isso não deve mudar nesta temporada. Deve haver uma comunhão maior entre as partes para que o ano passe logo e Casares consiga apresentar no fim de 2025 alguma informação melhor para o torcedor. Menos gastos significa mais dinheiro em caixa. Com mais dinheiro, o São Paulo pode ter um time melhor.