Não foi um jogo fácil para o São Paulo contra o Atlético-MG na primeira partida das quartas da Copa do Brasil. Clube, jogadores e torcida fizeram homenagens ao jogador Juan Izquierdo, do Nacional, morto depois de passar mal no mesmo Morumbis diante do Tricolor, pela Libertadores, semana passada. O dia foi pesado. O marasmo em campo teve um preço caro: derrota por 1 a 0. O Tricolor precisa agora devolver o resultado para levar a decisão para os pênaltis em Belo Horizonte.

Os atletas do São Paulo usaram camisas com o nome do zagueiro morto nas costas. A tradicional fumaça tricolor da torcida ganhou a cor azul, do Nacional, na chegada do ônibus. Teve minuto de silêncio e um Pai Nosso puxado antes da disputa. Só faltou futebol.

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Em campo, o São Paulo, de Lucas e sem Zubeldía, suspenso, ficou menos com a bola e mostrou receio do poder de fogo do rival de Minas Gerais, principalmente quando Hulk dava as caras. O grandalhão voltou a jogar depois de passar o mês todo de molho por lesão. E foi bem. O jogo não teve jogadas bonitas. Foi truncado e escancarou a estratégia do visitante e o conformismo dos donos da casa. Faltou “faca nos dentes” comum a uma decisão de quartas de final de Copa do Brasil.

Homenagem para Izquierdo: jogadores fazem minuto de silêncio e telão mostra foto do zagueiro morto aos 27 anos / SPFC

Esse “medo” do Atlético fez com que os donos da casa tivessem mais cautela para atacar, usando muito seu goleiro com os pés e com seus jogadores de meio e ataque sem aquela intensidade que se esperava deles.

Se tivesse de explicar o duelo, diria que as equipes atuaram pensando na partida da volta. Para o Atlético é até fácil entender essa situação, mas ela não fazia sentido para o São Paulo dentro do Morumbis. A torcida esperava mais.

O Atlético ficou com a bola nos primeiros 45 minutos porque a ordem de Milito era recomeçar todas as jogadas com o goleiro Éverson, de modo a retardar a saída, ganhar tempo e também não correr riscos. A marcação foi implacável. As bolas paradas assustavam. O São Paulo fez mais cruzamentos. Os atletas da casa perderam a paciência com o árbitro e seus auxiliares.

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O jogo não mudou no segundo tempo. O Atlético pressionava a saída de bola do São Paulo e o rival tentava alguma coisa nas bolas paradas e nas poucas arrancadas de Lucas. O jogo foi disputado no meio de campo. Os times não tinham vergonha de devolver a bola para o goleiro e recomeçar as jogadas. Foi um jogo lento. Nenhum dos lados queria desperdiçar a bola. Chegou a ser chato.

O São Paulo aceitou demais a estratégia do visitante. Só foi mais contundente nos minutos finais, mesmo assim mantendo o receio de perder a bola e ter de correr atrás dos atleticanos.

Todos os atletas do São Paulo usaram camisas com o nome de Izquierdo: respeito ao jogador do Nacional morto / SPFC

O jogo ficou picotado com faltinhas e muita conversa do juiz. Os jogadores também perceberam que o árbitro estava perdido e deitaram falação em sua orelha. Todas as faltas eram contestadas. Lucas teve a melhor chance de cabeça, mas mandou para fora.

Com tanta disputa e poucas oportunidades, o jogo foi ruim, longe do que se esperava na véspera. Os jogadores do Tricolor sentiram falta do “sangue quente” de Zubeldía à beira do gramado. Aos 47, o temor do São Paulo se justificou, com gol de Battaglia, de cabeça, após falta gerada em contra-ataque. Foi péssimo para o Tricolor. Um castigo pela falta de coragem.

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