Alguma coisa está errada entre São Paulo e James Rodríguez. Isso ficou mais do que comprovado com a atuação do meia no empate entre Brasil e Colômbia na Copa América. James atuou 80 minutos e foi o dono do jogo e de sua seleção. Estava calor nos Estados Unidos. Ele foi o jogador mais perigoso e com quem o Brasil teve de se preocupar o tempo todo. Foi um alívio vê-lo sair.

James não desperdiça nada do seu futebol com a camisa colombiana. Não erra passes, não perde a bola e suas bolas paradas são sempre um perigo, tanto em faltas quanto em escanteios. Foi isso que todos vimos na partida desta terça-feira em Santa Clara, que decretou as definições do grupo na competição. O Brasil ficou em segundo lugar e vai encarar o Uruguai, o que não queria. A Colômbia, de James, manteve a liderança e mede forças com o mais digestivo Panamá.

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Ocorre que no Morumbi, James Rodríguez é um coitadinho. Não é relacionado para os jogos do São Paulo, tampouco mostra ânimo para permanecer no grupo. Ele é jogado de lá para cá sem muita importância. Sua contratação é considerada um erro pela própria diretoria. Ou era. O presidente Julio Casares viu a atuação de James contra o Brasil porque ele estava no estádio com a seleção brasileira. Sabe que precisa rever os conceitos com o jogador colombiano, de modo a convencer Zubeldía de que ele precisa ser mais bem trabalhado. James colocou um ponto de interrogação na cabeça de todos no São Paulo.

Colômbia é liderada por James Rodríguez na Copa América e pode entrar no caminho do Brasil / Federação Colombiana

Essa desculpa de que não há espaço para ele tem de acabar. É preciso fazer uma sabatina com o jogador para saber o que, de fato, está acontecendo com ele no clube. É timidez ou algum outro tipo de comportamento que o faz enfiar a cabeça dentro de um buraco e não querer sair dele. James na Colômbia é outra pessoa. O treinador argentino do São Paulo e os principais jogadores do time precisam estender a mão para o meia-atacante. Não é possível que haja dois jogadores diferentes num mesmo corpo.

Para mim, a comissão técnica que não sabe aproveitar os bons jogadores falha em seu trabalho. O treinador tem a obrigação de conhecer e saber o que pode exigir de todos os atletas de seu elenco, independentemente do esquema de jogo preferido. Tite faz isso muito bem no clube. Mandar James para treinamentos isolados e deixá-lo fora das listas de jogos são decisões fáceis para quem não quer colocar a mão no vespeiro.

James Rodríguez joga pouco no São Paulo e não conta com a simpatia de Zubeldía / SPFC

Nem as desculpas de falta de condicionamento físico e entusiasmo servem mais. Esse James não existe na Copa América. Ele lidera uma das melhores seleções da competição, que dominou o Brasil e poderia ter vencido a partida. Se ambos passarem nas quartas da Copa América, vão se enfrentar novamente. Dorival, Carpini e Zubeldía não acharam lugar para James. Tem alguma coisa errada aí.

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Deve existir algum estilo de jogo para o São Paulo que privilegie o futebol do colombiano. Ele não precisa ser titular, mas tem de jogar. E não podem mais ser aqueles 10 minutos finais. Aliás, é outro equívoco colocar o jogador nos minutos finais para justificar sua entrada na partida. Quando isso dá certo, é por sorte e não por competência. O São Paulo tem de rever seus conceitos caso James queira permanecer no Brasil.

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