O São Paulo espera anunciar em breve um pacote de novas receitas de R$ 1,7 bilhão até 2030, quando completará o seu centenário. É dinheiro novo que entra na conta do clube vindo de dois novos acordos encaminhados pelo presidente Julio Casares, cujo mandato acaba em dezembro de 2026, após seis temporadas no comando tricolor. Esse dinheiro deve ser usado para formar um time mais forte e reformar o Morumbis.
De modo que é preciso ressaltar que esse dinheiro vem de fontes renegociadas e inéditas, portanto, trata-se de um aumento nas receitas anuais do clube, caso aconteça, de fato. É dinheiro que não existia. Parte dele não tem nada a ver com as tradicionais fontes de receitas dos clubes brasileiros, como bilheterias, venda de jogadores, programa sócio-torcedor, venda de produtos e transmissão de jogos.

A renovação com a patrocinadora Superbet faz parte desse crescimento das receitas. Uma boa tacada. O São Paulo salta de R$ 54 milhões por ano para R$ 78 milhões. Até 2030, a empresa de apostas esportivas vai pagar R$ 678 milhões ao Tricolor.
Entretanto, esse valor pode ainda pular para R$ 1 bilhão caso alguns gatilhos forem disparados, como performance nos torneios nacionais e internacionais.
Seja um parceiro do The Football
Mas por que o São Paulo não fez isso antes dada a sua tradição no futebol brasileiro? Porque havia muita desconfiança quanto ao que poderia acontecer com as bets pela falta de regulamentação do governo. Desde janeiro, elas foram oficializadas e taxas por Brasília. Isso deu tranquilidade para as partes nas transações.
Tanto o São Paulo quanto a Superbet viram a oportunidade de crescimento da parceria e da responsabilidade das partes para esticar o acordo que já existia. Há um entendimento de que esse mercado vai passar por uma grande reformulação nos próximos anos. Casares adiantou essa tratativa a fim de deixar um tapete vermelho para o presidente seguinte. Ele diz ser muito importante deixar “contratos milionários assinados” para o seu sucessor.
Modelo novo na base
A segunda parte dessa nova receita vem de uma parceria inédita no futebol brasileiro com o futebol de base e que, se der certo, vai se espalhar pelo Brasil. O São Paulo espera anunciar em breve acordo firmado com o empresário grego Evangelos Marinakis, dono de clubes na Europa, sobre a participação na formação de atletas de Cotia.

Isso traria para o clube outros R$ 600 milhões até 2030, no mínimo, com a possibilidade de negociar com mais facilidade no mercado internacional os garotos revelados no clube.
Trata-se de um modelo novo de negócio. Outros clubes estão de olho. O novo parceiro injetaria uma bolada na formação dos meninos de Cotia em troca de ficar com parte do contrato desses mesmos jogadores. Ele também se comprometeria a ajudar a vender esses atletas na Europa.
SIGA THE FOOTBALL
Facebook
Instagram
Linkedin
Threads
Tik Tok
Muitos jogadores não chegam ao time principal e outros são emprestados por dinheiro pequeno depois de terem a idade estourada para o sub-20. O balanço do São Paulo em 2023 apontou que o clube investiu R$ 34 milhões nas bases.
Clube investe R$ 34 milhões na base
O que o São Paulo busca é um parceiro para essa conta, de modo a também lucrar com os garotos antes mesmo de eles “saírem da casca”. Julio Casares já disse várias vezes que não se trata de “vender” a base de Cotia.
Sem dúvida, o empresário grego é visto como uma “porta de entrada” para garotos são-paulinos na Europa, em clubes grandes, mas também menores, de ligas mais importantes e de outras menos. Casares já esteve duas vezes em Londres para tratar do assunto. A base do São Paulo ganhou no ano passado a Copa do Brasil Sub-20. Nesta temporada, o clube foi campeão da tradicional Copinha.