Não era para ser assim, afinal o jogo diante do Corinthians mostrou um São Paulo técnico e com variações de jogadas. Naquela partida, Lucas Moura ‘comeu’ a bola apesar do empate em Itaquera. Nesta quarta-feira, no Morumbis, diante de um rival teoricamente mais fraco, o Tricolor vislumbrou a retomada das vitórias depois de dois empates seguidos. Mas nada disso aconteceu. O São Paulo foi um time que lembrou muito aquela versão comandada por Thiago Carpini: moroso, anêmico e sem vontade, errando muitos passes, os mais longos e também os mais curtos, e com zero de criatividade. Nem parecia o São Paulo pilhado de Zubeldía.

Tivemos um desempenho abaixo do esperado e sentimos um incômodo durante toda a partida. Temos de assumir que o rival teve um desempemho melhor. O rival se sentiu cômodo. O sentimento de todos foi que estivemos abaixo da nossa capacidade. Não esperávamos que fosse dessa forma. ZUBELDÍA

O desgaste físico que foi diante do Corinthians pode explicar parte da apresentação ruim do time, mas não pode ser o único motivo. A demora em mexer na equipe fez o torcedor reclamar nas redes sociais. Se o São Paulo fez um primeiro tempo péssimo, principalmente com Galoppo, seria natural que Zubeldía trocasse algumas peças, mas o treinador voltou do intervalo com a mesma formação, sem alteração. O treinador insistiu em alguns atletas que não estavam bem.

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O São Paulo melhorou um pouco com a entrada de Lucas Moura no segundo tempo, mas bem pouco. Criou mais e manteve a bola no campo do Cuiabá até ser surpreendido com o gol de Eliel. Depois disso, nos minutos finais, foi um desespero diante de 33 mil são-paulinos. Não havia estratégia. Foi a primeira derrota do São Paulo desde a chegada de Zubeldía, que começa a descobrir as mazelas do futebol brasileiro, como um calendário duro e, em alguns casos, desumano. Também descobre dentro do Morumbis que qualquer time da Série A tem condições de aprontar na condição de visitante.

São Paulo foi um time lento e sem intendidade contra o Cuiabá dentro do Morumbis: derrota por 1 a 0 / SPFC

Fiz um vídeo e coloquei nas redes antes da partida sobre a necessidade de o São Paulo ter mais tempo para se acertar e mostrar um futebol melhor. A equipe precisa de uma regularidade que ainda não tem. É capaz de fazer uma partida boa e outra péssima na mesma semana. É preciso trabalhar melhor o tempo dentro do CT, de modo a conseguir recuperar seus atletas com mais rapidez apesar do desgaste físico. Nem sei se isso é possível. Mas essa condição (ruim) não pertence somente ao São Paulo.

Zubeldía perdeu sua invencibilidade. Isso não quer dizer nada. Ele tem de se acostumar com o calendário brasileiro e com esses altos e baixos. Não se acostumar no sentido de aceitar, mas de saber que pode acontecer. Há jogadores machucados e outros desgastados. O time foi lento. Mudar esse giro é o grande desafio do treinador argentino. Alisson e Galoppo não seguraram os rivais no meio de campo, nem na bola nem na malandragem. Foi o pior setor do time. Faz três partidas que o São Paulo não ganha. São dois empates e uma derrota. O cenário mudou.

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Zubeldía precisa de tempo. Tem de rever seu conceito com alguns jogadores e melhorar o posicionamento de outros. Apostar na intensidade sempre, mesmo que seja meio tempo ou um quarto de tempo, o que não foi em casa nesta quarta-feira em nenhum momento nos 90 minutos. O treinador também vai descobrir algumas características de alguns adversários que talvez não conheça muito bem. Talvez ele não tenha entendido esse Cuiabá. Pagou caro por isso.

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