O São Paulo não fez uma boa partida contra o Juventude. Na verdade, escapou de uma derrota após falha do goleiro Rafael em chute de longe de Erick. A bola teria pingado num morrinho e enganado o jogador, mas ela não desviou tanto assim do seu corpo. Falhou. Só que o VAR pediu para o árbitro Wilton Pereira Sampaio revisar a jogada por causa de um toque de mão de Taliari. Dessa forma, o gol do Juventude foi anulado.
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O gramado ruim do estádio Mané Garrincha foi o grande vilão da partida em Brasília. Para as duas equipes. O São Paulo sofreu mais. O time de Zubeldía teve muitas dificuldades para encontrar seu jogo. Foi mais perigoso no primeiro tempo, com alguns chutes de Luciano. A etapa final ficou mais para o clube do Rio Grande do Sul. O jogo foi marcado para Brasília porque o Juventude aceitou vender o mando de jogo. Receberia R$ 2 milhões de uma renda que deu quase R$ 3 milhões.
Em alguns momentos, o jogo parecia uma “pelada” da várzea, com muita disposição, mas quase sem nenhuma técnica. O empate sem gols tirou a chance de o São Paulo se aproximar dos primeiros colocados do Brasileirão depois de 18 rodadas. O time do Morumbi soma agora 31 pontos. O Botafogo lidera a competição com 39. O Juventude está em posição intermediária da tabela, com 21 pontos.
Ferreirinha não foi bem. Lucas também deixou a desejar no Mané Garrincha. Rafinha, em sua volta, foi apenas discreto, mas isso é normal devido ao tempo que ele ficou fora, machucado. Ele não jogava havia três meses. Luiz Gustavo ficou com a vaga de Alisson. A saída de bola do tricolor foi mais lenta e embolada. Rafinha reclamou da arbitragem. Disse que Wilton parou demais o jogo.
Jair Ventura assumiu o Juventude no lugar de Roger Machado, agora no Inter. Foi bem. Se tivesse de ter um vencedor, talvez fosse o time gaúcho. Zubeldía e seus pares da comissão técnica aumentaram a conta dos amarelos do jogo. É justo que se pegue no pé do treinador argentino, assim como se pegou no pé de Abel Ferreira, que nunca melhorou, diga-se.
A questão é uma só: aceitamos isso e começamos a fazer vista grossa para as reclamações acima do tom e chiliques com o quarto árbitro ou colocamos ordem no galinheiro? Esse é um problema da CBF e da Comissão de Arbitragem e dos presidentes de clubes, que fazem também vista grossa para isso e se colocam de joelhos diante de seus treinadores. Zubeldía não estará com o time no próximo jogo, contra o líder Botafogo. O treinador faz falta. O fato é que todos os técnicos vão acabar fazendo o mesmo, dada nossa disposição de aprender o errado.
Os árbitros são muito autoritários. Eu sinto o jogo assim. É um tema que é seCundário para mim. É preciso respeitar os jogadores também. Eu sou assim. ZUBELDÍA
Os jogos ruins também precisam ser observados com a tabela nas mãos. Fisicamente, o futebol brasieliro não suporta mais atuar em menos de três dias de um jogo para o outro. É preciso ter mais tempo para treinar e recuperar os atletas. E vai piorar. A Copa do Brasil está voltando, assim como a Libertadores e a Sul-Americana. Ou seja: os treinadores terão de optar pelas competições.
Reforços
O São Paulo abriu conversa com o zagueiro uruguaio do Atlético-MG, Maurício Lemos, que já vestiu as camisas do Rubin Kazan, da Rússia, Las Palmas, da Espanha, Sassuolo, da Itália, e Fenerbahçe, da Turquia. Ele tem contrato com o time mineiro até dezembro de 2025.