O São Paulo embolou a briga pela terceira posição do Brasileirão. O time do bom atacante Lucas Moura bateu o remendado Flamengo por 1 a 0, com gol de Calleri num Morumbi lotado neste sábado à noite, com mais de 58 mil pagantes. O clube chamou e o torcedor atendeu. A vitória foi importante, de dar confiança ao elenco. Alan Franco foi muito bem. Calleri também, mas o jogo foi de Lucas Moura.
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Com a vitória, o time somou 35 pontos e impediu que o rival do Rio abrisse vantagem na competição. Para se manter no bolo, o tricolor seca seus concorrentes diretos na sequência da rodada: Palmeiras (36), Fortaleza (36) e Cruzeiro (35), todos com menos jogos.
Tite preferiu dar um refresco para seus principais jogadores. Colocou todos eles no banco. Gabigol assumiu o comando na posição de Arrascaeta. Faltou entrosamento. O time não teve poder de fogo. Não era o Flamengo que todos temem na temporada.
No segundo tempo, alguns medalhões tiraram o pijama, como Gerson e Arrascaeta, mas nem isso foi suficiente para levar na bagagem ao menos um empate fora de casa.
O São Paulo foi sempre melhor e mais agudo. Não perdeu o foco um só instante. Quando tem Lucas inteiro, o time cresce. Lucas é um dos melhores jogadores do Brasileirão, mesmo discreto e sem tanta mídia. Lucas voltou para o Brasil sem perder o jeito de jogar do futebol inglês, onde esteve por muitos anos.
Ele não reclama com o árbitro, não simula faltas ou tenta enganar a arbitragem, não leva a mão ao rosto nos encontrões, tampouco perde tempo com atendimento médico e pedidos para a entrada da maca. Lucas joga um futebol limpo.
Com a bola, suas arrancadas são temidas. Ele corre pelo meio de campo, livrando-se dos marcadores no peito, na ginga e no melhor preparo físico mesmo aos 31 anos. Também tem mais inteligência tática, fruto de sua carreira na Europa. Lucas é diferenciado.
É difícil ele atuar em todas as partidas de forma regular e no mesmo nível que atuou diante do Flamengo por causa dos jogos encavalados do calendário. Zubeldía precisa entender isso e preparar um caminho mais suave para seu melhor jogador. Nas partidas em que o São Paulo consegue se virar sem ele, Lucas deveria ser poupado. Ganharia fôlego e pernas para os confrontos mais encrencados.