Há algumas formas de enxergar a partida e o resultado do jogo do São Paulo com o Botafogo, no Rio, nesta quarta, em nenhuma delas é errada. Foi o primeiro duelo das quartas de final da Libertadores. O time paulista tenta sua quarta conquista na competição sul-americana. O rival carioca ainda não sabe o que é ganhar a América. O empate sem gols foi comemorado pelos tricolores e frustrou a turma alvinegra da estrela solitária. A vaga será decidida na próxima semana, no Morumbis.
Mais uma vez o São Paulo jogou com medo do adversário e sem impor sua força e história na competição. Foi mais covarde do que corajoso, pelo menos no primeiro tempo. O torcedor gostaria de ver a equipe atacar mais e ser mais perigosa, o que só aconteceu no segundo tempo, quando criou oportunidades para ganhar a partida.
Mas seu primeiro tempo foi pífio. Um massacre. Perdeu 45 minutos apenas se defendendo. Contou com a trave e com as boas defesas de Rafael para evitar o pior. A defesa esteve ligada e firme. É um ponto positivo do duelo. Poderia ter sofrido dois ou três gols do Botafogo, é verdade. Mas não sofreu e teve um sistema de jogo que funcionou.
No segundo tempo foi outra situação. Ficamos mais com a bola. Tivemos algumas chances claríssimas de fazer o gol. Suportamos bem e nos defendemos muito bem. Tem de fazer as duas partidas perfeitas. Sofremos o que tinha de sofrer.
Rafinha
Essa decisão de se defender deixou o torcedor das redes sociais uma fera. Era um São Paulo jogando para trás e com o regulamento debaixo do braço, tentando segurar o rival para trazer para o Morumbis alguma vantagem. O empate fora não deixa de ser uma vantagem para o time visitante.
Mas esse São Paulo passivo deu lugar a um São Paulo como manda sua tradição na Libertadores e deseja o torcedor. O time parecia outro. Muito mais arisco. Duvido que não tenha sido uma estratégia de Zubeldía, como aqueles boxeadores que se “entregam” nas cordas para depois dar o troco e virar o resultado da luta.
Calleri perdeu gol feito na etapa final. Cara a cara. De chapa. Gol que não costuma deixar passar. O Botafogo foi mais conjunto, tentou de todas as formas furar o bloqueio tricolor, algumas vezes com ansiedade. Fez o certo por vias tortas.
É preciso ressaltar tudo o que os atletas do São Paulo deixaram no campo. Foi muita entrega em cima de um conceito tático de marcação, com três zagueiros, que deu certo. Não teve gols, mas teve jogadas ofensivas e bonitas. Foi um bom 0 a 0. O Botafogo não desistiu nunca. Foi melhor, mas não levou. O empate não dá vantagem para nenhum dos dois times. Novo resultado igual leva para os pênaltis. Quem ganhar leva.
No Morumbis, o que se espera é que o São Paulo ataque mais e com intesidade, ofereça mais perigo ao rival e tenha as melhores chances do jogo. É Libertadores. E todos sabem o que isso significa para o time. O Botafogo, imagino, jogará da mesma forma, buscando a vitória e a vaga para a semifinal da Libertadores sem desistir.
LUTO
Uma notícia triste ocorreu durante a partida. O presidente Julio Casares perdeu sua mãe, Maria Pereira Casares, de 96 anos O clube informou que ele voltaria para São Paulo com a delegação. Desejamos conforto a ele e sua família nesta hora difícil. ”