A seleção brasileira não tem protagonista, aquele jogador em quem todos apostam e que enche o torcedor de esperança. Algumas das principais seleções do mundo têm esse jogador. A Argentina ainda aposta em Messi. A França tem Mbappé. Portugal conta com Cristiano Ronaldo. O Brasil não tem ninguém.
Era para ser Neymar, mas o atacante falhou nas últimas Copas e está fora de combate para essas Eliminatórias. Só volta em 2025. Era então para ser Vini Jr., mas o atleta do Real Madrid, que briga para ser eleito o melhor do mundo pela Fifa, ainda não assumiu esse papel no time de Dorival. Há quem duvide que possa assumir um dia. Ele também está fora de combate após se machucar no fim de semana na Espanha. Vini foi cortado dos jogos contra Chile e Peru nesta data-Fifa.
Poderia ser então Paquetá, que tem jogado bem com a camisa 8, mas longe de ser o “dono do time”. Falta personalidade. Não tem pinta de craque. Ele joga de cabeça baixa também porque está envolvido num julgamento na Inglaterra por ter participado em jogos de apostas, o que é proibido para atletas. Ele teria forçado dois cartões amarelos para beneficiar os apostadores.
Há ainda Rodrygo, que joga pelo meio e pelas pontas, e até de falso 9. Mas o ex-atacante do Santos me parece ainda precisar de mais tempo para carregar uma seleção brasileira nas costas.
A verdade é que, nesses meus anos todos cobrindo a seleção em amistosos, torneios e Copas, nenhum desses jogadores, exceto por Neymar, tem características para assumir essa responsabilidade.
No passado, bastava olhar para Romário, Raí, Kaká, Zinho, Ronaldo, Rivaldo, Dunga para perceber que havia jogadores fortes emocionalmente e com pegada para assumir a equipe. Dorival não tem esse cara. O que mais se aproxima dessa figura é Marquinhos, mesmo assim longe de passar confiança ao torcedor.
Eu sei, e o torcedor também sabe, que o futebol moderno caminha para o jogo coletivo e para as ações em grupo, que esses protagonistas nas seleções e nas Copas estão desaparecendo e que o Brasil, sempre cheio de estrelas, ainda busca alguém que possa brilhar. Arrisco a dizer que esse cara é Neymar e não há outro. Há duas promessas: Endrick e Estêvão, mas são promessas técnicas e não de liderança, essas capazes de brilhar e iluminar o time.
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Lembro da confiança que Ronaldo passava quando o Brasil ouvia o Hino Nacional. Havia outros, como Cafu e Roberto Carlos. Mesmo Neymar nas últimas Copas, com toda a desconfiança merecida que ele sempre carregou, passava certo conforto para os brasileiros. Agora, a seleção brasileira não tem ninguém.
O Brasil aprendeu a torcer por seus ídolos no esportes, de Ayrton Senna a Gustavo Kuerten, passando por uma série deles em outras modalidades, como Rebeca Andrade e tantos outros no futebol. Gostamos de fazer ídolos. Quando não são jogadores, são treinadores. Não temos nada disso na seleção. O Brasil enfrenta o Chile, em Santiago, na quinta-feira, e, dia 15, recebe o Peru em Brasília, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O Brasil ocupa a quinta colocação após oito rodadas. O Brasil vai treinar no CT do Palmeiras.
Programação da seleção brasileira
Segunda, dia 7 – Treino às 16h (aberto 15 minutos para a imprensa)
Terça, dia 8 – Entrevista coletiva às 14h45 / Treino às 16h (aberto 15 minutos)
Quarta, dia 9 – Entrevista coletiva às 8h55 / Treino às 10h (aberto 15 minutos)
Quinta, dia 10 – Partida contra o Chile às 21h, em Santiago