O problema é não saber o que fazer com a bola. Correr errado. Não ter penetração. Não ter drible. Não ter aproximação. Não ter dobra pela direita, com o apoio do lateral. Demorar um tempo para entrar no jogo. Não adianta ter bom atacantes e não ter armador, inteligência no meio de campo e rapidez na saída de bola.
Ganhar os jogos é a melhor resposta. Sei como é o ambiente da seleção. Tem de ter personalidade, sabedoria e inteligência. O jogador mostra do que é feito, o que ele é. Temos de nos apoiar no coletivo. Marquinhos para o SporTV
Na Copa América, culpamos a dimensão menor do gramado. Era mais difícil. E agora, nas Eliminatórias? Esse Brasil não sabe sequer tirar o rival do seu campo de defesa. Chamá-lo para o jogo e cavar espaço em velocidade depois. A derrota para o Paraguai por 1 a 0 deixou o time brasileiro na quinta colocação na tabela, com os mesmo dez pontos da Venezuela.
LEIA OUTRAS COLUNAS DE ROBSON MORELLI
Repito: não são os jogadores, é a forma de atuar. Parece que falta campo para a seleção brasileira. Todo mundo viu que estava difícil jogar pelo meio, mas foi por onde o time de Dorival mais insistiu. Não adianta trocar as peças. É preciso trocar o jeito de atuar, ter mais aproximação e qualidade ofensiva e de criação.
O jogo da seleção não flui em nenhum setor. Paquetá é bom jogador, mas não está rendendo nada. Brigou com o árbitro por causa de um lateral no ataque perto do fim do primeiro tempo. Deu um chega pra lá no juiz e ganhou amarelo. Ridículo. Isso não é atitude ou equilíbrio de um camisa 8 responsável pela organização da equipe. É até compreensível pelo mau futebol.
Não estou nem entrando no resultado da partida: derrota por 1 a 0. Refiro-me ao futebol jogado. Bruno Guimarães deveria ajudar na armação, uma vez que Danilo não precisa de cobertura na direita porque não ataca. Mas Bruno não sabe fazer isso. Pode acertar, mas a sua é defender.
Rodrygo não quer atuar pela direita. Isso parece claro. Sua posição é pelo meio. Ele tem de assumir essa armação ou sair do time. Ele tem de se aproximar de Paquetá e de mais um que não é Bruno Guimarães. O Brasil não tem força pela direita com Rodrygo e Danilo. É um lado morto da seleção. Isso é treino, coletivos e simulação de jogo.
Tem mais: ou Danilo vira o terceiro zagueiro ou ele tem de dar lugar para outro jogador mais ofensivo pela direita. O Brasil precisa disso. O problema é que Dorival tem o atleta em alta conta. É capitão e um dos mais experientes. Mas nesse esquema ele não funciona. A culpa nem é dele.
Há muito jogo truncado e confrontos nas jogadas desse Brasil. O time procura esse jogo mais disputado com o adversário, quando deveria buscar os espaços vazios e as jogadas limpas. Faz jogo de Série B. Truncado. O Brasil nunca foi isso. Não há tabelas, aproximações, triangulações… não há passes a não ser entre os jogadores de defesa.
Tudo isso é treinamento e orientação. Como disse Dorival na véspera, a seleção não iria melhorar de um jogo para outro. O problema é que ela piorou.
Os 50 minutos do primeiro tempo foram ruins, sem chutes a gols e muito bagunçado pelo meio. A bola pouco chegou nos atacantes. Vini Jr. deixou a desejar mais uma vez. Endrick também. Rodrygo foi mais participativo. O que não podemos fazer é condenar os titulares e achar que a solução está no banco. Foi assim contra o Equador. Dorival mudou. E voltou a ser assim no segundo tempo contra o Paraguai.
O Brasil jogou um pouco melhor no segundo tempo, mas nada que justificasse um empate ou uma virada. A seleção ouviu “olé” da torcida paraguaia no Defensores del Chaco. O Brasil perdeu por 1 a 0, novamente mostrando um futebol fraco pela atuação individual de alguns jogadores e jogo coletivo inexistente.
