Quinta-feira, 19 horas, Corinthians x Racing, em Itaquera. O que o calendário da Sul-Americana apontava como um jogo protocolar, mera formalidade para o Timão confirmar sua primeira vitória na competição, virou um drama. Mais um desses dramalhões tão típicos do Corinthians em torneios continentais. A vitória por 1 a 0, como resultado, deve ser comemorada por deixar o time vivo na fase de grupos. Mas o que se viu deve preocupar todos os corintianos, do roupeiro ao presidente.
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Mais do que isso, revela o quão urgente é a contratação de um treinador. Não dá mais para ficar perdendo horas e horas com reuniões com técnicos que não parecem dispostos a assumir o desafio de dirigir um time que precisa de acertos táticos, treinos técnicos e equilíbrio emocional para disputar partidas num alto nível competitivo.

O Corinthians, que jogou diante do modestíssimo Racing-URU, por pouco não pagou um alto preço pela desorganização e falta de uma liderança à beira do campo. E aí não vai nenhuma crítica ao interino Orlando Ribeiro, o menos culpado por esse estado de coisas. Caindo de paraquedas no olho do furacão criado pela diretoria com a atrapalhada demissão da família Díaz, o técnico-tampão fez o que pôde diante de sua falta de autonomia para tomar decisões mais radicais.
O fator Félix Torres
Feitas essas ressalvas, é preciso que se reconheça que grande parte de todos esses problemas evidenciados na noite desta quinta-feira tem nome e sobrenome: Félix Torres. O zagueiro equatoriano, que segue titular sem nenhuma explicação plausível para esse privilégio, quase pôs tudo a perder aos 15 minutos do primeiro tempo, quando mereceu a expulsão por uma entrada criminosa num atacante adversário, num lance em que o jogo estava sob controle da zaga corintiana e ele matou uma bola de canela. Ao tentar consertar o erro, perdeu o tempo de bola e quase quebrou a perna do atacante. Vermelho direto, com a ajuda do VAR.
Não só por esse lance bizarro, mas por muitas falhas anteriores, Félix Torres não inspira a menor confiança nos torcedores. Além do que é alvo de piadas internas dos próprios jogadores, que não passam pano para as bobagens que ele comete com frequência. Não dá para esquecer que na final do Paulistão ele quase estragou tudo com uma expulsão parecida, numa disputa de bola com o palmeirense Vitor Roque. Ali, além do vermelho, ainda fez pênalti salvo pelo goleiro Hugo.
Depois da expulsão de Félix Torres, o Corinthians viu um jogo que parecia fácil se complicar. O time se perdeu, foi traído pelo nervosismo, demorou a achar os espaços para se acomodar, com Ranielli na zaga e apenas Bidon e Carrillo no meio-campo. A bem da verdade, se a expulsão do equatoriano traz algo positivo é a certeza de que Ranielli pode ser recuado de vez para compor a zaga com Gustavo Henrique, abrindo uma vaga para Martinez no meio-campo.
O fator Romero
A história desse jogo abre espaço para mais dois grandes personagens. O primeiro é Romero, de novo herói e salvador da pátria corintiana com mais um gol anotado na arena que é o seu quintal. Um gol de oportunismo e dedicação, um prêmio a alguém que honra as melhores tradições da camisa do clube, feitas à base de raça, suor, amor, sangue e lágrima.

Romero encarna o espírito corintiano como nenhum outro jogador do time, por isso sobreviveu a todas as tempestades e segue sendo um farol no meio das chuvas e trovoadas que ainda abalam o Parque São Jorge.
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O outro grande nome da noite é Hugo Souza, o goleiro adorado pela Fiel. De volta ao time depois de sete jogos em que esteve tratando de uma lesão muscular, ele foi de novo decisivo nos momentos de maior pressão do adversário. Num lance no final da partida, operou mais um milagre, com duas defesas seguidas à queima-roupa. Lances que, seguramente, teriam acabado em gols do Racing se Matheus Donelli estivesse em campo. Donelli até é bom goleiro, mas deu o azar de ter que substituir Hugo Souza, um santo milagroso que está acima do bem e do mal.
O próximo duelo é com o Flamengo, no Maracanã. Se jogar o mesmo futebol de hoje corre sério risco de levar um sapeca-iá-iá. Até lá espera-se que a diretoria se mexa e contrate um novo treinador. É urgente!