Rivaldo passou férias no Recife. Deixou por algum tempo sua vida nos Estados Unidos para carregar as baterias em sua terra natal e rever sua gente. Foi lá que ele começou a jogar futebol. Para sua surpresa, ele foi muitas vezes parado nas ruas para ouvir pedidos de torcedores para que assumisse o Santa Cruz, clube que o revelou. O Santa briga na Justiça Desportiva para conseguir um lugar na Série D do Campeonato Brasileiro, a fim de movimentar a temporada depois do Estadual. O caso está para análise do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A Série D representa a quarta divisão do futebol nacional.

Para que o Santa Cruz se credencie é preciso que algum time desista da competição, mesmo assim há uma ordem definida pela CBF em cima de resultados de campo. O Santa está de olho gordo na vaga do Democrata de Sete Lagoas. Seu argumento é de que o clube de Minas Gerais não está apto a disputar a Série D devido ao rebaixamento que sofreu no Campeonato Mineiro do ano passado.

Rivaldo, que é embaixador da Betfair no Brasil ao lado de Ronaldo Fenômeno, descartou, por ora, assumir o clube pernambucano e se candidatar a presidente, tampouco investir em sua SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Ele disse que sua vida está montada nos Estados Unidos e que seria difícil mudar sua condição nesse momento. Mas Rivaldo não fecha totalmente as portas para a possibilidade. Ele, aliás, poderia pegar informações com Ronaldo, dono do Cruzeiro e do Valladolid, da Espanha. Certamente, Rivaldo não começaria do zero.

Rivaldo se enrola na bandeira do Brasil após a conquista do pentacampeonato no Japão / CBF

“Quem sabe um dia? Nunca podemos dizer não com toda a certeza para uma situação assim. Estou sempre à disposição para ajudar e até conversei com o presidente do Santa Cruz sobre o assunto. Combinamos de falar mais vezes para tentar ajudar da melhor forma possível. Mas estar dentro do Santa como presidente ou comprar o clube, hoje está descartado, porque estou morando fora do Brasil e o time precisa de alguém que esteja dentro do clube, focado em fazer o melhor”, disse Rivaldo ao site de apostas esportivas.

Rivaldo e Ronaldo são apontados como os dois jogadores mais importantes da conquista do pentacampeonato do Brasil em 2002, na Coreia do Sul e Japão. Ambos combinaram bem no meio de campo e ataque. Eles foram responsáveis pelos dois gols na final contra a Alemanha. Rivaldo brinca até hoje com Ronaldo ao dizer que fez o atacante ainda mais famoso com os passes e jogadas de gol daquela decisão. Ronaldo chegou machucado, mas tinha a confiança de Felipão. Rivaldo entendeu sua posição à frente do elenco e também era homem da confiança do treinador. Quando disputou aquela Copa do Mundo, ele já tinha sido o melhor da Fifa (1999). Sua história no Barcelona era de parar o trânsito, com jogadas de levantar a torcida. Também foi decisivo e importante em sua passagem pelo Palmeiras.

Mas foi no Santa Cruz onde tudo começou. Rivaldo, apesar de toda glória e conquistas, nunca negou suas raízes. “Passei bastante tempo no Recife e vi muito do sofrimento do torcedor do Santa. O pessoal me parava na rua e falava: ‘Rivaldo, volta para o Santa Cruz para ser o presidente ou ser o dono do clube’. Mas, hoje, minha vida mudou bastante. Eu tenho vontade, mas a gente sabe que não é fácil cuidar de uma equipe, ainda mais do tamanho do Santa. Moro nos Estados Unidos e não é fácil fazer isso acontecer.”

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Se poder ajudar de alguma forma, o pentacampeão do mundo se comprometeu a ajudar, ganhando ainda mais respeito com o torcedor do Santa. Para o futebol brasileiro, seria muito legal ter Rivaldo de volta no comando ou envolvido com um clube de tradição. Além do Estadual, o ex-jogador teria um caminho para reconstruir o time que o lançou, da Séria D até a Série A. “Seria importante o Santa jogar a Série D deste ano. Mas conheço o regulamento, então sei que não vai ser algo fácil para o time conquistar. Seria ótimo, mas não sei qual vai ser a decisão. Dificilmente isso será autorizado por uma série de motivos plausíveis. Pela torcida que tem e a grandeza do clube na história do futebol brasileiro, seria importante. Mas entendo que essa luta precisa ser travada dentro do campo.”

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