Com o fim da Premier League, o Chelsea vai focar sua mira para a contratação do palmeirense Estêvão, de 17 anos. A presidente Leila Pereira aguarda para esta semana avanços na negociação. Isso significa mais dinheiro para os cofres do clube. A expectativa é que a proposta chegue aos 65 milhões de euros, o equivalente a R$ 360 milhões, com bônus por gols e convocações para a seleção brasileira de qualquer categoria, da sub-20 à principal de Dorival Júnior.
O melhor de tudo, se acontecer, de fato, é que Estêvão, a exemplo de Endrick, não vai ser “entregue” na hora da venda. Ele só poderá ir para a Inglaterra quando completar 18 anos, em abril de 2025. O Palmeiras pede alguns meses a mais para ficar com o jogador, para ele disputar o Mundial de Clubes da Fifa, marcado para junho/julho. Serão 32 equipes, entre elas Palmeiras, Flamengo e Fluminense. Como a temporada na Europa acaba em maio, Leila Pereira e seu estafe podem ter o pedido aceito pelos dirigentes do Chelsea. É fácil chegar a um acerto sobre isso. Essa é a situação do garoto Estêvão.
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Ele ainda não se pronunciou se deseja ser vendido e deixar o Palmeiras. Muito provavelmente nem fará isso. Os jogadores se reservam sobre esses assuntos. Dizem entregar tudo nas mãos de seus empresários ou familiares e do clube que o formou. Como já está no time de Abel Ferreira, o meia-atacante teria mais um ano para vestir a camisa do Palmeiras se fosse vendido agora. Seria uma corrida contra o tempo para ajudar o time e ganhar competições antes de receber a bolada e mudar sua vida para sempre.
O que sabemos é que o futebol europeu seduz. E o inglês mais ainda porque lá estão os melhores clubes e os melhores jogadores (divide com a Espanha) do mundo. As imagens das partidas que chegam ao Brasil são de arrepiar. Imagino que qualquer garoto queira atuar na Inglaterra, como existia décadas atrás o desejo de vestir a camisa de clubes italianos. Então, mesmo sem começar a jogar direito no Palmeiras, Estêvão já vislumbra essa possibilidade. Ela é real. Por ora, o Chelsea corre na frente. Mas nunca se sabe se aparecerá outros concorrentes.
Falem do Estêvão, que não vou dizer o que penso, vou pedir à Leila para não vender este jogador. O pai, o empresário e ele vão ficar tristes. Deixem-no ficar conosco até 2027. Acho mesmo que este jogador é diferente de tudo que eu já vi. Um garoto que defende, ataca, se mostra para o jogo ABEL FERREIRA
A outra questão que se faz é se o Palmeiras deve mesmo vender uma de suas revelações da base para colocar mais dinheiro nas contas do clube ou se deve desfrutar do bom futebol do menino por mais tempo, por duas ou três temporadas. O futebol ensina que jogadores vivem de fase e que essa boa fase pode não durar para sempre. Ensina também que há variantes que podem “decidir” e mudar caminhos na carreira desses atletas. A dinâmica é grande na carreira e tudo pode ser alterado em questão de dias ou semanas.
A vida do jogador é assim, desde uma contusão indesejada até uma sequência ruim de jogos e o banco de reservas e as críticas da torcida. O amor pode acabar. Rony era idolatrado no Palmeiras e agora pode deixar o clube na reformulação em marcha. Da mesma forma é possível que um atleta cresça em questão de partidas e ganhe o reconhecimento imediato das massas. Estêvão vive esse segundo cenário aos 17 anos. Mas é cedo demais para apontar futuro. E ninguém sabe o dia de amanhã. Pelo que já mostrou, será um craque em breve.
Desenhei esses cenários para mostrar que a decisão de Leila Pereira não é das mais fáceis. O treinador Abel Ferreira disse que gostaria de ver o atacante no Palmeiras até o fim do seu contrato em 2027. Pode ser um indicativo para a reeleição da presidente. Se ela ganhar o pleito em novembro, permanecerá no cargo até dezembro de 2027.
O fato é que qualquer decisão poderá ser usada na campanha. Reforçar as contas do Palmeiras em R$ 360 milhões e saber como o clube usará esse dinheiro é uma questão que deve ser levada em consideração também. Dinheiro grande deve ser usado para grandes feitos. Isso precisa ser discutido. Qual seria esse grande feito do Palmeiras?
Eu sou da opinião que garotos formados na base devem ser negociados nas oportunidades. Penso que o futebol brasileiro precisa de jogadores renomados, de modo a apostar neles a força de uma camisa e a paixão do torcedor. Raros atletas escapam dessa concepção. Endrick escapou. Não sei se Estêvão escaparia. Jogadores grandes levam mais torcedores aos estádios e para as lojinhas do clube do que garotos bons de bola vindos da base. É negócio também.
Então, num português claro, eu venderia Estêvão já, esticaria sua permanência até o Mundial de Clubes da Fifa e levaria para o Palmeiras mais dinheiro para ser reinvestido no futebol e em outras modalidades esportivas, olímpicas, por exemplo. O próximo passo dos clubes é ter equipes e atletas olímpicos, que possam representar suas bandeiras nas competições internacionais. Falaremos isso em outras colunas.
[…] permanecerá, sim, no futebol brasileiro andando por outros caminhos. Leila é identificada com o Palmeiras, mas antes disso ela é uma mulher de negócios. Isso a tira de qualquer discussão de amor a […]
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