Umas das definições de “craque” é ser decisivo. Raphael Veiga e Dudu foram decisivos na complicada vitória do Palmeiras contra o Atlético-MG no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. O meia, depois de amargar um período no banco e descansar o corpo e a mente, voltou com tudo. Veiga marcou os dois gols de pênaltis na vitória por 2 a 1 do Palmeiras.
O resultado levou o time para a ponta do Brasileirão, mesmo que por apenas 30 minutos, antes de o Botafogo entrar em campo diante do Grêmio. Como o rival do Rio ficou no 0 a 0 com o time gaúcho, a diferença agora é de apenas um ponto entre Botafogo e Palmeiras (57 contra 56) após 28 rodadas.
Pode parecer, mas não é fácil cobrar dois pênaltis na mesma partida. Veiga acertou os dois. Vimos nesta semana jogadores como Lucas e Calleri, ambos do São Paulo, erraram suas cobranças em jogo decisivo contra o mesmo Botafogo pela Libertadores. Raphael Veiga fez os gols e jogou bem. Craque.
Craque também é aquele jogador capaz de mudar a história de uma disputa com um toque na bola, mesmo se esse toque for seu primeiro no jogo. Foi o que fez Dudu no segundo tempo. Na primeira bola do atacante pela lado direito, ele driblou dentro da área e foi derrubado. Pênalti que Veiga cobrou para dar ao Palmeiras a sexta vitória seguida no Brasileirão. Dudu nem precisou de tanto para ser importante em Campinas. Craque.
O resultado foi muito mais do que manter o Palmeiras sem perder numa excelente sequência positiva na competição. Os três pontos mantiveram o time na briga pelo título com o Botafogo. E agora mais perto do que nunca.
O Dudu não tem condições de jogar os 90 minutos, mas se ele entrar e nos ajudar como fez hoje, estará excelente. Temos de cuidar todos uns dos outros. Eu fui abraçá-lo. Meus jogadores foram incríveis.
ABEL FERREIRA
O Palmeiras jogou melhor do que o Atlético-MG. Perdeu um pouco de espaço no segundo tempo, mas logo se impôs. Para mim, a CBF tinha de colocar no mesmo dia e horário os jogos de Palmeiras e Botafogo. Quem manda ainda é a TV.
Com apenas uma competição até o fim da temporada, o Palmeiras tem a obrigação de correr mais e apresentar situações táticas mais bem definidas do que seus adversários que estão em mais de uma competição, como é o caso do Atlético-MG. O time de Minas continua vivo na Libertadores e na Copa do Brasil, de modo a ter o Nacional no fim da fila.
Milito não tem tempo para treinar seus jogadores. As horas entre uma partida e outra servem para descansar a rapaziada, aliás, como fazia Abel antes de ser eliminado das Copas. Por isso que o Palmeiras sempre esteve mais perto do segundo gol do que o Atlético do empate, embora tenha conseguido empatar numa cobrança de falta primorosa de Hulk. Outro craque, a propósito.
Os jogadores do Abel tinham mais “pernas”. Mas tirando uma ou outra jogada, o Palmeiras não mostrou nada diferente. Talvez nem seja essa a intenção do treinador nesse momento. O Palmeiras tem dois objetivos: derrubar seus adversários um a um, como tem feito; e esperar pelo tropeço do Botafogo. Em Brasília, contra o Grêmio, não foi um tropeço, mas uma derrapada.
Milito foi duramente reprovado por Scarpa ao ter tirado o jogador aos 15 minutos do segundo tempo. As reações do atleta no banco foram de irritação. Deyverson também abusou das gracinhas com os amigos do Palmeiras. Cheio de moral depois dos dois gols do time no meio da semana, contra o Fluminense, pela Libertadores, ele mais brincou em campo do que jogou. Penso que isso desconcentra.
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Também não entendi o pedido para sair de Felipe Anderson aos 20 da etapa final. Para quem folgou e teve a semana de treino, o pedido para sair me surpreendeu. Mas ele estava cansado. Depois do gol de empate do rival de Minas, Abel mandou o time para o ataque, com Dudu, Rony, Flaco e Lázaro, além da chegada de Veiga. Artilharia pesada. Quando passou novamente à frente, 2 a 1, fechou com Gabriel Menino e Vitor Reis.
Os três pontos levaram o Palmeiras para a liderança da tabela, com 56 pontos, mesmo que por alguns minutos apenas, uma vez que o jogo do Botafogo começaria às 21h. O empate já dava novamente ao time do Rio a ponta da classificação, mas agora com um pontinho de diferença. Os jogadores do Palmeiras se animaram e começaram a secar o rival ainda no vestiário do Brinco. Deu certo.