Talvez tenha sido o melhor jogo no Brasileirão até agora. Botafogo e Palmeiras foram ofensivos, buscaram o gol até o último minuto dos acréscimos e não deram refresco para as defesas. O duelo intenso dos dois lados exigiu atenção dobrada dos marcadores, principalmente do Palmeiras, que ficou no mano a mano, sem sobras, contra a velocidade dos rivais pelas pontas, como nas investidas de Júnior Santos e Luiz Henrique.
É o tipo de jogo definido nos detalhes. Foi bem jogado e disputado, o que fez a diferença foi a eficácia. Parabéns ao adversário que foi eficaz. Há erros que condicionam o desenrolar do jogo.
ABEL FERREIRA
O Palmeiras adiantou sua marcação e correu riscos nessa condição porque deixava muito campo para o Botafogo. E o Botafogo gosta de campo. O jogo foi digno dos dois melhores times na tabela. Eles estavam empatados com 33 pontos. Como o Botafogo ganhou por 1 a 0, pulou na ponta, agora isolado, com 36.
O Palmeiras teve um meio de campo forte e que saía para o jogo, com Menino, Aníbal e Veiga. Rony corria na frente e dava combate ao seu estilo. Flaco foi o homem de área. Foi dele a primeira boa chance de marcar, mas seu chute forte, de esquerda, parou na defesa do goleiro John, aliás, um dos melhores da partida. Abel cobrou efetividade no ataque em sua entrevista. Weverton também fez boa partida. O Palmeiras martelou mais e o Botafogo apostou na velocidade de seus atacantes, sempre perigosos e com o rival sem sobras.
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Estêvão esteve abaixo do seu rendimento. Teve dificuldades para superar os marcadores, franzino que é ainda. Perdeu na bola e no tranco. Reclamou de tapas no rosto e faltas desleais para a arbitragem de Daronco, o fortão. O garoto não brilhou nem foi atendido pelo juiz.
Felipe Anderson fez sua estreia. Já deu para ver que ele é bom jogador, segura a bola e tem toques refinados, como era na Lazio. Volta para ajudar a defesa com facilidade. É inteligente. Mas nem de longe é um centroavante como era Endrick. Vai jogar pelas pontas e recuando para ajudar na defesa. Dudu também entrou, mas ficou isolado na esquerda, com algumas boas jogadas, todas elas sem alegria. Dudu não está feliz.
O gol de Tiquinho no segundo tempo foi numa dessas jogadas rápidas do Botafogo, com Murilo falhando na marcação de Luiz Henrique pela direita, permitindo o cruzamento. O camisa 9 do Botafogo mandou a bola para as redes. Tiquinho é bom jogador e perigoso.
O placar magro nem de longe representa o que foi a partida, com belíssimas jogadas dos dois lados, muita intensidade e correria e defesas que valeram o preço do ingresso. Poderia ter sido de muito mais gols se não fossem os goleiros. O resultado aponta o Botafogo como o melhor da partida. Não sei se foi. Diferentemente daquela enxurrada de gols no último encontro, o 4 a 3 de virada do Palmeiras no ano passado, o duelo desta quarta manteve o torcedor atento até o fim. Foi bem equilibrado.
IMAGEM LAMENTÁVEL
A imagem lamentável do jogo e do futebol brasileiro desta temporada foi o enforcamento simbólico de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, nas imediações do estádio Nilton Santos, no Rio. Leila não foi ao jogo. John Textor, dono da SAF do Botafogo, pediu desculpas aos dois e disse que isso não ajuda o time nem o futebol. A CBF ainda não se manifestou sobre o caso.
